O jornalista Joelmir Tavares conseguiu arrancar
importantes informações do apresentador Sílvio Santos, 82, que de modo muito
espontâneo, nada escondeu na entrevista em suas três etapas, inclusive sobre as suas convicções
espirituais com base no Judaísmo. Em princípio, a reportagem teve a intenção de
abordar o lado profissional do “Homem do Baú” sobre os 50 anos de seu Programa
no ar.
De início, a relutância de Silvio Santos: “Ah, mas eu não
faço isso. Não faço matéria, não me preocupo com isso, não. É uma filosofia
minha. Não vejo nada de extraordinário na minha profissão. É como outra qualquer,
não tem essas fidalguias.” Sobre a pesquisa que o aponta como “a cara de São Paulo”,
ele disse: “Eu não vou dizer a você que não. Mas o tratamento que eu gosto que
me dêem é o mesmo dado a um médico, a um advogado, à pessoa que tem uma
profissão comum.” Nega ser um artista, ao afirmar: “não, eu sempre me vi como
produto, um produto meu. Sou um bom vendedor. Agora, eu não mereço. Tenho de
ter um tratamento como outro vendedor que vende geladeira ou aparelho de TV.
Sou um vendedor que usa a eletrônica para vender seus produtos, artistas,
programas. Artista é quem dança, canta, sapateia, conta piada.” E nega as qualidades de artista que possui.Os Protestos: informa que viu na televisão e na Folha. Contesta e diz: “ Eles não têm objetivo; deviam ter um objetivo, deviam pedir alguma coisa.” Alguma reivindicação, como: nós estamos fazendo esse protesto para poder ter uma lei contra os menores de idade que cometem crimes." Ou: "Estamos fazendo esse protesto para, pelo menos ver se os mensaleiros sejam punidos."
Jequiti e Baú da Felicidade: a Jequiti virou um negócio. O Baú foram 50 anos, só terminou porque o crediário está muito barato. Agora, a Jequiti, se continuar progredindo, ela vai chegar a ser uma boa empresa. Sobre a sua vida particular, diz que não pensa em aposentadoria, embora admita que um dia terá de se aposentar, mas não sabe quando. Sílvio reconhece que suas condições físicas não permitem fazer o Programa por muito tempo ainda.
Nova etapa da entrevista e o apresentador Sílvio Santos
fala sobre a filha Patrícia Abravanel, sempre presente nas colunas sociais dos
jornais. Informa que “ela está indo bem, melhor do que eu esperava.” Sobre a
saúde financeira do SBT, ele confirma positivamente e questiona a Record, que está faturando os tubos. Afirma: “A
Record está perdendo um dinheirão, porque está administrando mal. Está jogando
dinheiro fora. Mas a gente nunca sabe exatamente a situação da Record, porque
lá não tem necessidade de dinheiro.” E,
por fim, satiriza: “A Globo é a principal emissora do Brasil. Ganha muito
dinheiro. As outras vivem.”
Sobre Gugu Liberato, comenta: “A porta do SBT E está
aberta para ele. Somos uma casa de negócios. Nós não temos esse negócio de
saiu, não pode voltar. Todo mundo pode entrar e todo mundo pode sair,
dependendo da negociação.” Ainda: “Se
ele topar, ele pode ser sócio. A gente pode fazer um outro acordo qualquer.
Contanto que ele ganhe dinheiro e nós ganhemos dinheiro, não tem problema.”
Horários para Igrejas: foi enfático “Eu não vendo horário
religioso. É contra o meu princípio. Judeu não deve alugar a televisão para os
outros. Você não sabe que os judeus perderam tudo quando deixaram outras
religiões entrarem em Israel? A história é essa. No dia em que os judeus
começaram a deixar que outros deuses fossem homenageados em Israel, os babilônios
foram lá e tiraram o Templo e jogaram os Judeus para fora. O judeu não pode
deixar que na casa dele tenha outra religião. É por isso que não deixo nenhuma
religião entrar no SBT.” Questionado sobre a fé evangélica da esposa Íris e das
filhas, ele declarou: “... onde eu mando, não deixo nenhuma religião entrar.
Nós não temos nenhum programa judaico, não é? Nem católico nem evangélico nem
budista.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário