domingo, 23 de junho de 2013

Artigo: Comunicação Eficaz - A/01329

Comunicação eficaz é aquela
que é compreendida

A energia do fóton exprime-se através da frequência angular w=2p f, em vez de frequência f. Neste caso, em vez da grandeza h, usa-se, como coeficiente de proporcionalidade, a grandeza h, cujo valor numérico se calcula por uma fórmula. Você compreendeu essa mensagem?

Somente um estudante aplicado da física poderia entendê-la. É comum sentirmos – diante de um palestrante ou de uma leitura de uma obra – não ter “captado” uma parte relevante do conteúdo transmitido. Faltam-nos conteúdos, informações e experiências; estamos com baixo repertório naquele campo do conhecimento. 

Não faltam comunicadores bem-intencionados no mundo. São milhares de cientistas, radialistas, jornalistas, vendedores, diretores, professores, executivos, estagiários e outros profissionais que tentam passar o seu recado no dia a dia e não são compreendidos por grande parte de seus interlocutores. Por que isso acontece?

O grande erro de quem se comunica é ignorar o repertório cultural e mental do ouvinte a qual se dirige. Uma boa comunicação começa respondendo às seguintes perguntas: qual é o perfil sociocultural dos meus ouvintes; que palavras compõem o vocabulário cotidiano dos destinatários; que estímulos os deixarão motivados e que abordagens são compatíveis com seu grau de inteligência intelectual e emocional a fim de que decodifiquem o que se quer transmitir.

O mundo corporativo ignora o fato. É comum observarmos diretores de empresas se dirigirem ao “chão de fábrica” com termos muito técnicos e gerenciais à moda de Harvard, esquecendo que, geralmente, o “peão” possui um repertório simples e popular, por conta do pouco contato que tem com as leituras especializadas. O resultado é um sério gap de comunicação que cria desconexão entre a alta gerência e os colaboradores operacionais.

A linguagem adequada é aquela que está alinhada ao repertório cultural dos receptores. O mérito de programas populares da TV, como o Fantástico, que está no ar desde 1973, é a capacidade de poder falar uma linguagem básica que pode ser compreendida por qualquer brasileiro, do extremo norte do país ao Chuí, dialogando simultaneamente com o executivo de São Paulo e o cidadão ribeirinho da Amazônia.

Então vai a dica: todas as vezes que for enviar uma mensagem a alguém, analise o perfil da pessoa que receberá sua mensagem. Verifique as palavras que utilizará e o vocabulário empregado.  O comunicador que desprezar esses passos, não estará dialogando, mas atuando em um verdadeiro monólogo. Fim da mensagem.

(Marcos Gross é mestre em Gestão de Comunicação e autor do livro “Dicas práticas de comunicação: boas ideias para os relacionamentos e os negócios”, da Trevisan Editora)

 

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