que é compreendida
A energia do fóton exprime-se
através da frequência angular w=2p
f, em vez de frequência f. Neste caso, em vez da
grandeza h, usa-se, como coeficiente de proporcionalidade, a grandeza h, cujo
valor numérico se calcula por uma fórmula. Você
compreendeu essa mensagem?
Somente um estudante aplicado da
física poderia entendê-la. É comum sentirmos – diante de um palestrante ou de
uma leitura de uma obra – não ter “captado” uma parte relevante do conteúdo
transmitido. Faltam-nos conteúdos, informações e experiências; estamos com
baixo repertório naquele campo do conhecimento.
Não faltam comunicadores
bem-intencionados no mundo. São milhares de cientistas, radialistas,
jornalistas, vendedores, diretores, professores, executivos, estagiários e
outros profissionais que tentam passar o seu recado no dia a dia e não são
compreendidos por grande parte de seus interlocutores. Por que isso acontece?
O grande erro de quem se comunica
é ignorar o repertório cultural e mental do ouvinte a qual se dirige. Uma boa
comunicação começa respondendo às seguintes perguntas: qual é o perfil
sociocultural dos meus ouvintes; que palavras compõem o vocabulário cotidiano
dos destinatários; que estímulos os deixarão motivados e que abordagens são
compatíveis com seu grau de inteligência intelectual e emocional a fim de que
decodifiquem o que se quer transmitir.
O mundo corporativo ignora o
fato. É comum observarmos diretores de empresas se dirigirem ao “chão de
fábrica” com termos muito técnicos e gerenciais à moda de Harvard, esquecendo
que, geralmente, o “peão” possui um repertório simples e popular, por conta do
pouco contato que tem com as leituras especializadas. O resultado é um sério gap
de comunicação que cria desconexão entre a alta gerência e os colaboradores
operacionais.
A linguagem adequada é aquela que
está alinhada ao repertório cultural dos receptores. O mérito de programas populares
da TV, como o Fantástico, que está no ar desde 1973, é a capacidade de poder
falar uma linguagem básica que pode ser compreendida por qualquer brasileiro,
do extremo norte do país ao Chuí, dialogando simultaneamente com o executivo de
São Paulo e o cidadão ribeirinho da Amazônia.
Então vai a dica: todas as vezes
que for enviar uma mensagem a alguém, analise o perfil da pessoa que receberá
sua mensagem. Verifique as palavras que utilizará e o vocabulário
empregado. O comunicador que desprezar esses passos, não estará
dialogando, mas atuando em um verdadeiro monólogo. Fim da mensagem.
(Marcos Gross é mestre em
Gestão de Comunicação e autor do livro “Dicas práticas de comunicação: boas
ideias para os relacionamentos e os negócios”, da Trevisan Editora)
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