A mentira tem “pernas
curtas” porque ela não costuma durar muito. Cedo ou tarde, acaba sendo
alcançada pela verdade. Isso acontece por dois motivos: primeiro, porque quando
mentimos fazemos mais esforço do que quando dizemos a verdade, em função do dilema
moral envolvido. Segundo porque, quando precisa ser repetida, a mentira perde
força, sendo contaminada por fragmentos da verdade ou por outra mentira, pois
sua base é a ficção.
Mentir significa
“inventar” uma verdade que não existe. Não dizer a verdade de forma consciente
é saber que estamos dando uma indicação contrária a essa realidade que
percebemos quando fazemos isso sabemos que estamos mentindo. Isso faz toda a
diferença, por que é nesse momento que temos a possibilidade de escolher se
queremos faltar com a realidade ou não.
Desde a infância
mentimos para nos isentar de culpas ou para alcançar o que queremos. Estudos
indicam que apenas até os 3 meses de idade um bebê é incapaz de
mentir. Muitas vezes os adolescentes descobrem que a mentira pode ser
aceita em certas ocasiões e até ilibá-los de responsabilidade e ajudar a sua
aceitação pelos colegas. Algumas crianças e adolescentes que geralmente agem de
forma responsável, podem cair no vício de mentir repetidamente ao descobrir que
as suas mentiras saciam a curiosidade dos pais.
A mentira é tão utilizada
que o seu sentido ultimamente parece tender a ser banalizado. Tem momentos em
que a mentira é aceita e até consegue ser bem vista pela sociedade: é a
“mentira branca”. Segundo as estatísticas, mentimos cerca de 200 vezes por dia
e em média uma vez por cada 5 minutos.
As razões em que a
mentira pode aparecer são: receio das consequências, insegurança ou baixa de
autoestima, por razões externas, por ganhos e regalias ou por razões
patológicas. A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de
uma forma compulsiva. Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir, mas
não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma muito
semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de drogas. Esta
incapacidade em controlar os impulsos é causador de um sofrimento nítido razão
pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos dependentes da mentira, o primeiro
passo a dar consiste em assumir que existe um problema e de seguida procurar
ajuda para esse mesmo problema.
Sintomas da
mentira. Exagera os
próprios feitos de maneira implausível, construindo uma realidade fantasiosa.
Tudo o que faz é ótimo, genial ou surpreendente. Para convencer, usa argumentos
que reduzem ou anulam os feitos dos outros. Quando confrontado com a verdade,
sente-se ameaçado e tende a amenizar a mentira – por exemplo, dizendo que a
pessoa que o contradiz está fazendo tempestade num copo d’água Como não
consegue sustentar as próprias contradições por muito tempo, tende a ser
pouco leal aos amigos e à família, desfazendo os vínculos afetivos de tempos em
tempos e abandonando quem vê como ameaça.
O mentiroso compulsivo. Quem mente por hábito, fazendo da mentira a
resposta padrão a qualquer pergunta. Para ele, falar a verdade pressupõe algum
tipo de desconforto. Mentir permite sentir-se bem.
Sintomas da
Mentira. Sem a intenção
de manipular os outros, o compulsivo mente para chamar a atenção ou melhorar
sua autoestima. Por isso, distorce a verdade sobre qualquer coisa, mesmo as
insignificantes. Enquanto o mitômano cria uma realidade fantasiosa nos mínimos
detalhes, o compulsivo injeta mentiras nas conversas do dia a dia apenas porque
a verdade não tem nada de mais.Causas
A mentira compulsiva geralmente tem origem num ambiente familiar que pune quem admite os erros e fracassos – pais que castigam os filhos quando estes confessam sinceramente um erro podem criar o hábito da mentira.
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