terça-feira, 26 de julho de 2011

Artigo: A Educação que o Brasil precisa - A/0975


Ninguém, em sã consciência, pode subestimar o valor da educação. Essa postura faz parte de um consenso firmado há milênios, desde tempos anteriores a Cristo em Israel. A tal ponto o povo israelita priorizava a educação que não fazia restrição em desativar uma sinagoga para transformá-la em uma escola.

No entanto, ao correr do tempo, as circunstâncias passadas e mormente as presentes – justificam um questionamento a tão delicada questão, quase um tabu.

Para melhor situar a questão no tempo e no espaço, tendo em conta as várias nuances que abarcam o tema – temos observado que educação não faz milagres nem serve de passaporte, na quase totalidade das vezes, a uma melhoria real do ser humano.

Detenhamo-nos, por um só instante, sobre estes momentos angustiosos da atualidade brasileira. Quantos e quantos – aliás todos eles – dentre os envolvidos nos escândalos, que aí estão para se escolher: mensalão, correios, mensalinhos e no momento os desvios no Ministério dos Transportes – são todos educados de diplomas reconhecidos. Engravatados, civilizados à exaustão, alguns com pós-graduação no exterior, aí pululam soltos e saltitantes, entre eles até quem renuncie a se candidatar a uma vaga para o Congresso, onde continuarão como personagens de outros dramas, tristes e vergonhosos para a Nação brasileira.

Educação, portanto, na acepção específica do termo, pelo visto, deve ir mais longe em seu significado. Deve ir além de munir o educando com conhecimentos, que até servem para refinar a ambição e permitir a indivíduos desqualificados moralmente a galgar posições onde possam, mais ainda, ir em prejuízo do bem comum.

A educação precisa voltar-se para a Espiritualidade, em seu sentido vertical e não apenas na cidadania ciosa de direitos explícitos sem a contrapartida dos deveres morais e sociais de cada indivíduo.

Todos esses saqueadores dos cofres públicos, vampiros do suor e sangue do povo brasileiro, sem exceção, são indivíduos plenamente educados

Educação requer disciplina, hoje relegada a último plano, do maternal à faculdade. É preciso educar as consciências, como veículos do Espírito, sem confundir acúmulo de conhecimentos com dignidade, títulos, com honra e saber, com vergonha.

O que justifica a posse de conhecimentos é o seu emprego positivo e constante em favor dos demais seres humanos, pois ninguém se educa para viver para si mesmo e para a própria família.

Os grandes filósofos da humanidade, tais como Sócrates, Platão, Aristóteles e outros tantos, sempre mantiveram suas vidas pautadas pela ética como condição para passarem à história na condição de sábios. Sem o caráter que demonstraram em suas vidas, todo o conhecimento de que foram dotados se constituiria em mera petulância ou vã intelectualidade, sem qualquer respeito a inspirar as gerações que os sucederam.

Os lares, infelizmente, estão carentes de bons exemplos por falta de tempo dos pais para orientar seus filhos no rumo da verdadeira educação. As Escolas, por melhor que sejam, jamais substituirão a família na sua arte instintiva de educar.

A maioria das igrejas, infelizmente, algumas ciosas mais dos dízimos que recebem pelos milagres realizados por Deus do que pela verdadeira espiritualidade, capaz de fazer grandes homens, também não preenchem com plenitude esse requisito indispensável de forjar caracteres nobres para uma Nação realmente justa, ordeira e progressista.

(Geraldo Generoso)

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