quinta-feira, 21 de julho de 2011

Poema: Primeira Esperança - Generoso

PRIMEIRA ESPERANÇA

Se a esperança, de ti, fugitiva, algum dia,
As asas debater, vôos de exílio alçando,
Não desesperes, firme, caminhando,
Continue os teus passos pela ardente estria.

Se lágrimas de dor teu rosto vier banhar,
E, solitária, a angústia tentar te abater,
Lembra-te que é prenúncio de maior prazer
Quando uma dor qualquer vier te visitar.

Não fujas ao fracasso. Ao desânimo vença,
Fiel à tua coragem de bom senso feita;
A audácia dos fortes as raízes deita
Para fazer florir desertos de descrença.

A um forte o tropeço apenas representa
Razão da própria luta em que se debate,
São a parte integrante e melhor do combate,
É bússola que rumos novas orienta.

Seja sempre o perdão a rútila armadura
Com que te hás de cobrir em tua luta empenhado;
Seja a fé tua bengala, o amor, o teu cajado
Seja a esperança a estrela na tua noite escura.

Um sorriso feliz erga n’alma por lança,
A qual hás de empunhar se alguma dor pungente
Na estrada te assaltar inopinadamente
Para te arrebatar a última esperança!

Seja a benevolência o teu maior remédio
A pensar-te as feridas do aparente mal;
Seja o teu habitat o mundo natural
Onde não existem ninhos para o tédio.

Faze da tua alegria a doce companheira
Que Deus te deu e, do ânimo, o teu malho;
Siga com fé ardente o teu árduo trabalho,
N’alma encerrando ao fundo a esperança primeira.

Geraldo Generoso

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