Vida em Orfandade
Eu sei o que é Deus "não responder"!
Sei bem o quanto esse silêncio mata...
Conheço o peso dessa dor ingrata,
De estar cego e olhar sem ver!
Senti na pele a ausência da luz;
Senti no coração o vazio da Presença
E a inutilidade de uma enorme cruz,
Que me levou bem perto da descrença!
Foi então num calvário prolongado,
No flagelo incomum de um pesadelo
Que a custo compreendi meu duro fado
E dirigi a Deus o meu apelo!
Não ouvi vozes, mas foi diferente,
A partir daí, a minha nova vida;
Livrei-me então dessa dor inclemente
Numa prece nascida
Daquele meu estado deprimente.
Foi no sentir tão fundo a orfandade,
Que nasceram-me a força que, então
Veio inflamar de amor meu coração
Com a plenessência da Divindade
Que, de eternidade veio preencher,
Com a Sua luz de amor o meu viver
No Seu doce sabor de eternidade.
Geraldo Generoso
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