Se eu soubesse onde Deus esconde os dias e as noites, que aos poucos dispõe um a um no tempo que marca as vidas humanas, iria buscar muitos mais – dias e noites – para que uma pessoa pudesse deles dispor, com saúde e alegria pelo tempo eterno.
Mas eu não sei onde está essa dádiva que o Criador distribuiu aos poucos, em meio à Terra, com tantas vidas humanas. Onde ele guarda as noites estreladas e as auroras estalando de luz.
Eu evocaria o Deus de Abraão, Isac e Jacó. O Deus dos próprios ateus, duvidosos de Sua existência, para me alcançar com essa dádiva. Com esse dispor da luz dos dias e do clarão de luar das noites para acrescentar à existência de uma pessoa que, ainda que de ânimo cansado, e com perdão de meu egoísmo, sempre ficasse ao meu lado enquanto eu houver na Terra.
Talvez possa soar pretensioso de minha parte ir bater às portas do armazém da eternidade para pedir por mais dias à figura materna que me trouxe ao mundo.
Mas, ainda que eu não encontre esse depósito infinito de dias de todos os matizes, ciente estou de que só não vê a Deus quem não o desejar. Ou então aquele que na suprema desdita foi incapaz de contemplar o AMOR DE DEUS que só vem ao mundo na pessoa da mãe que o encarna e o traz à luz de todos os olhos.
Assim é que, na impossibilidade de acumular na concha dos dedos os dias futuros, peço a Deus, que se faz o mais evidente possível no formato de um coração de mãe, que nos abençoe com Sua luz e Sua misericórdia, extensivos a todos as mães, que é daí que o verdadeiro amor se irradia eternamente para cada pessoa humana da face da terra. O Amor de mãe é a indisfarçável presença do amor do próprio Deus. Ou alguém terá um exemplo maior e mais evidente para nos apresentar, desde a criação do mundo?
Geraldo Generoso
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