quinta-feira, 23 de abril de 2009

As Assembleias de Deus após a Convenção de Vitória

As Assembleias de Deus após a Convenção de Vitória
Um bom texto do blogueiro João Cruzué, que faço questão de iserir aqui, para conhecimento de meus leitores

Em atenção e respeito aos leitores Assembleianos deste Blog desejei escrever, hoje, dia 15 de abril de 2009, algumas linhas que expressam a minha opinião sobre este grandioso evento, que com certeza levará as ADs definitivamente ao Século XXI, independentemente de quem vier a liderar a Convenção pelos próximos anos. A mudança não vai acontecer - ela de fato já aconteceu. A Convenção vai chamar a atenção para essas mudanças.Pela segunda vez, em dois anos, está acontecendo uma atividade política religiosa, a meu ver saudável enquanto respeitosa e limitada ao campo das idéias. Sim, novas ideias é tudo que uma grande Igreja com a Assembleia de Deus precisam para continuar na liderança do evangelismo da nação brasileira. Pastor José Wellington Bezerra da Costa e Pastor Samuel Câmara, neste momento dividem as opiniões e os pensamentos dos ministros assembleianos. Que vença aquele que for melhor, dentro da vontade do Senhor para o bem da Igreja.Vi como uma agradável surpresa, a prorrogação do prazo de inscrição para que as irmãs, esposas de ministros possam também participar do evento. Eventualmente, isto possa ter acontecido em outras vezes, mas de minha parte, vi somente agora. Louvo esta atitude, pois tenho opinião diversa do conservadorismo desta Igreja. Na minha opinião, homens e mulheres são iguais perante Deus, e é um desperdício de ministérios manter a velha ordem de que o púlpito é um lugar privativo de homens. Creio que Deus, a cada época, fala através de seu Espírito sobre sua vontade entre a humanidade. A escravidão que antes era biblicamente tolerada, foi defenestrada pelos ingleses há dois séculos. Era vergonhosa, embora defensável biblicamente. A segregação racial nos Estados Unidos até Martin Luther King, inacreditavelmente liderada por evangélicos também foi uma mancha na história da Igreja, que mudou sua forma de pensar e melhorou. A Igreja Assembleia de Deus no Brasil, pelo menos até agora vem se destacando como o bastião mundial na obediência bíblica por não considerar o direito ao ministério das mulheres. Coisa que a Coréia, uma país culturalmente machista já considera (e foi muito bem sucedido) há mais de 40 anos. Desprezar o ministério de mulheres é o mesmo expor perante a sociedade do 3º Milênio é o mesmo que dizer que a mulher é um ser humano de segunda categoria. Se Jesus é a cabeça da Igreja, não existe em uma palavra ou ato dele que mostrasse preconceito machista contra a mulher. Lembro do ex-pastor de Roraima, Fernando Granjeiro, que já dorme no Senhor, que esposava simpatia pelo ministério feminino. Embora a Bíblia tenha sido escrita por homens e várias épocas onde a mulher não era considerada em condições de igualdade com o homem, a ideia de um Deus machista é falsa e preconceituosa. O Jesus Cristo que conheci e aceitei é a encarnação de Deus na terra, e não posso dizer aquilo que não é verdadeiro: Ele não tinha preconceitos machistas. Neste terreno, uns podem dizer que seguem a Paulo, outros a Moisés, outros a Apolo, mas como cristão não posso conceber que a mulher é um ser criado para ser inferior ao homem. Fecho este parágrafo afirmando que as Assembléias de Deus do Brasil tem desperdiçado milhares de ministérios femininos por puro preconceito, baseado em sofismas, da mesma forma que foi preconceituosa com os Seminários Bíblicos, o uso do radio, o uso da TV. É certo que não devemos mudar os trilhos ao primeiro vento de mudança, mas a mudanças e Mudanças. Se a Igreja ficar fora do contexto cultural de sua época ela simplesmente deixa ser eficiente como portadora das Boas Novas da reconciliação do homem com Deus. E não estou falando de racionalizar com o pecado.Depois de ter abordado a questão feminina dentro do contexto das Assembleias de Deus, pois há mulheres e MULHERES, assim como há homens e HOMENS, vejo com bons olhos uma bipolarização das lideranças da Igreja para esta 39ª Convenção. Isso eleva a temperatura e o pensamento entre as lideranças da Igreja. De certa forma as Assembléias de Deus se assemelham muito ao sistema de governo democrático dos Estados Unidos. Ela cresce e ainda é a maior denominação evangélica do Brasil por causa da autonomia de seus Pastores. Não há uma liderança única controladora. Não há um cabresto curto que força todos a seguir um único caminho. As Assembléias de Deus crescem porque, apesar de todos os seus defeitos, existe autonomia e espaço para trabalhar. E o espaço é o Brasil e o mundo. Embora ame de todo meu coração o grande Pastor que é o irmão José Wellington Bezerra da Costa, para o bem da Convenção Geral a alternância da liderança é melhor para a Igreja. Isto dá oportunidade a que grandes homens de Deus possam também deixar sua marca na administração da Convenção da Igreja. O medo não é o melhor conselheiro a ser ouvido em decisões que envolvam o destino da Igreja. Sonhos e visões, sim. Que cada ministro decida o destino da Convenção da Igreja sonhando com uma Igreja forte, ativa, envolvida, respeitadora, incentivadora, perfeitamente sintonizada no contexto da História, única e exclusivamente focando a mensagem do Evangelho e as almas dos perdidos sem Cristo.Sobre contexto digital de nossa época, também tenho algo a dizer. É constrangedor ver o mundo inteiro tirando o máximo da Rede Mundial de Computadores, popularmente chamada de Internet, enquanto minha Igreja tem desprezado este recurso, muitas vezes rotulando-o de veículo de pornografia e prostituição. Quando abro o site FGTV da Igreja Coreana, liderada pelo Pr. Cho, e vejo cultos sendo transmitidos interruptamente em para o mundo em oito idiomas diferentes, eu coro de vergonha, pois aqui no Brasil temos muito pouco, a não ser as raras exceções dos Gideões Missionários da Última Hora e do Pr. Silas Malafaia. Enquanto isso, a Igreja Católica não perde mais tempo: o Papa pessoalmente está envolvido para que a mensagem do catolicismo mariano atinja os 2.000.000.000 (dois bilhões) de pessoas que usam c0mputadores em todo o mundo. Ficar fora da WEB, hoje, significa negar a palavra de Deus a uma geração de crianças, adolescentes e jovens de todas as partes do mundo que já navega neste mar digital e não vai mudar de pensamento para seguir o be-á-bá das lideranças mais conservadores das Assembleias de Deus. Neste contexto, não há volta. Se a Igreja se posicionar contra, vai ficar falando sozinha, do mesmo modo que ficou a reboque quanto à TV - que ontem condenava, mas que hoje está usando. Erros de visão e de estratégia. Neste ponto, como administrador da maior comunidade de blogs evangélicos do Brasil, posso dizer que as pessoas comuns estão adiante dos ministros de suas Igrejas, que suponho, ainda estejam presos às formas mais antigas de comunicação.Antes de concluir, vou comentar sobre o Projeto Brasil da Igreja para se fazer representar nas Casas de Leis de nosso país. Modestamente, quero opinar que existe um grande erro de estratégia. É público e notório que a taxa de crescimento da Igreja Evangélica brasileira caiu nestes últimos cinco anos e que o "evangelho" da prosperidade não sustentou o crescimento da Igreja. Aliás, nos últimos anos tem trazido má fama para os pastores evangélicos diante dos olhos da sociedade. E o que a sociedade pensa deles? Pensam que são lobos exploradores da fé de pessoas cujas mentes são lavadas em vez de evangelizadas. Isto, não sou em quem diz, mas a voz que ouço das ruas. Pastores honrados e com grande história de vida estão sendo mal vistos e rotulados com o mesmo preconceito destinado aos "expertos" que salivam atrás do bolso dos fiéis. Isto é injusto e deplorável, mas não pode ser escondido: a conta do "evangelho da prosperidade está começando a ser paga agora, com o receio da sociedade de que por trás do nome de Cristo estejam apenas os mercadores da fé. Se a Igreja Assembléia de Deus investir sua energia em um grande projeto de evangelismo, vai ter mais (bons) políticos crentes nas Casas de Leis Brasileiras do que colocar o carro na frente dos bois e buscar uma estratégia, que na verdade não é sua, mas uma cópia do projeto político de uma outra Igreja. Um projeto de minoria, isto não me dá contentamento. Basta que cada crente brasileiro ganhe por ano cinco almas, para que metade do Brasil seja evangélico em menos de dois anos. Com a metade dos brasileiros evangélicos, para quem gosta de política, matematicamente falando, teremos a metade dos congressistas em qualquer Casa Legislativa - sem mudar os objetivos da Igreja.E para concluir, vou dizer como as Assembléias de Deus vão sair depois da 39ª Convenção, que imagino, vai ser o marco decisivo para levar nossa Denominação ao contexto do III Milênio. É claro que aqueles que não forem bem sucedidos em seus projetos, vão ficar aborrecidos por algum tempo. Esse aborrecimento vai passar, assim com passam os dias e as estações. Nossos ministros, apesar de homens de Deus, estão sujeitos às emoções que qualquer pleito traz. Mas, que com certeza eles são guiados pela voz do Espírito de Deus e não por emoções humanas. Eu creio firmemente que as Assembléias de Deus depois desta Convenção vão sair com muito mais energia para tratar dos negócios da Casa do Senhor. O grande perdedor vai ser o diabo.

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