sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Artigo: Forte de Coimbra - A/01346

O Lado Negro dos Bastiões de Coimbra


Poucos conheciam a epopeia de Ricardo Franco na defesa do Forte de Coimbra e um número menor ainda das injúrias e calúnias promovidas por alguns degenerados, vis e covardes que, sem sucesso, tentaram macular a honra e a dignidade deste grande Herói Nacional. Dos 110 homens da guarnição de Forte Coimbra apenas 42 permaneceram fiéis ao seu Comandante, os outros 68, inclusive oficiais, acovardaram-se e assinaram um pacto para renderem-se aos espanhóis e abandonar o Forte. Vamos, então, reportar trechos do livro “Um Homem do Dever - Cel Ricardo Franco de Almeida Serra” escrito pelo General Raul Silveira de Mello na sua obra:

AS SAUDADES

II – Adeus à Pátria

 (Domingos José Gonçalves de Magalhães – 03.07.1833)

 

Malévolos sicários,

Raça espúria, sem Pátria, ermos de brio,

Já traidores alfanges afiando,

O ensejo só aguardam favorável

De ensopá-los no sangue

Daqueles a quem bens, e honra devem.

 

No dia 3 de agosto, deste ano, publicamos um artigo homenageando Ricardo Franco de Almeida Serra - Patrono dos Engenheiros Militares brasileiros.


 
XI CAPÍTULO

ELEMENTOS DA GUARNIÇÃO MAQUINAM A RENDIÇÃO DO FORTE

Raras vezes se tem ouvido que, em ataques contra Fortalezas bem comandadas e sem assédio, elementos da defesa, atemorizados pelo bombardeio ou pela superioridade do atacante, houvessem tramado a rendição da praça ou aliciado companheiros para abandoná-la.

Pois no Forte de Coimbra assim aconteceu em 1801. Em que pesem as provas de fidelidade ao dever manifestadas, em condições idênticas, tanto no Forte da Conceição do Guaporé, em 1763, como na Praça de N. S. dos Prazeres do Iguatemi, em 1777, grave defecção ocorreu no Forte de Coimbra – e tão grave – que esteve a pique de inverter a sorte das armas e de passar para as mãos dos castelhanos não apenas o domínio do velho baluarte, mas também o de toda a região Meridional de Mato Grosso.

N. S. dos Prazeres do Iguatemi: esta Praça rendeu-se, de fato, mas a sua pequena guarnição saiu primeiramente a campo para lutar contra a numerosa trona castelhana. Foi batida na luta, teve de recolher-se aos muros da Praça, mas de tal modo portou-se que o comando inimigo decidiu parlamentar com ela e concedeu-lhe retirar-se da Praça com armas e honras militares.

De fato, enquanto Lázaro de Ribera trovejava de fora com os canhões alguns homens da guarnição, acovardados, considerando impossível resistir ao atacante, e julgando temerária a resposta que lhe dera Ricardo Franco, concertaram-se para abandonar o Forte sub-repticiamente.

Servia no Presídio, há uns dez anos, um Cabo de dragões, Antônio Baptista da Silva, que, segundo a correspondência enviada dali para Cuiabá e Vila Bela, figurava frequentemente nas diligências enviadas àquelas Vilas, a Miranda, Albuquerque, a Borbon, a Vila Real, a Aldeias de Guaicurus e Guanás. O Major Rodrigues (Ofício de 05.03.1791) diz o seguinte:

“Este soldado, pela docilidade do seu gênio e modo com que trata estes Índios tem sido o primeiro movél (itinerante) de seter (espião) dulcificado, moderado, a barbaridade destes Índios; ele hoje influi autoridade sobre eles, e tudo que ele lhes diz se executa”.

Tinha o Cabo Baptista capacidade para tais misteres e o desempenhava a contento. Era de ânimo pacífico e cortês. Todavia, talvez ignorassem os chefes, e quiçá os companheiros, ele era um tímido, um pusilânime. Provavelmente esse complexo de inferioridade teria passado despercebido por falta de fatos que o viessem comprovar. Eis por que o próprio Comandante Ricardo Franco, por tê-lo em boa conta, o mandara a 12 de setembro (1801) no comando das duas canoas a proceder o reconhecimento da frota castelhana.

As partes de combate e mais referências até agora publicadas nada dizem que faça entender que, a sombra das muralhas do Forte, tremeram mãos e queixos, apavorados do estrondo dos canhões de bordo, canhões estes, todavia, que nenhum dano fizeram aos homens da guarnição. Essas ocorrências nem sempre cabem nos curtos limites das partes de combate. Figuram, de ordinário, com outros pormenores, no relato final das operações. Aí vem citados os nomes dos que se distinguiram nos dias de luta e são omitidos ou estigmatizados os que ficaram na encolha, desertaram dos seus postos ou tentaram a fuga.

Ricardo Franco teria redigido calmamente, depois daqueles dias, um documento a esse respeito, afora o que exarou no “Registro de Ordens”. Não consegui encontrá-lo no Arquivo Histórico cuiabano, mas dele da testemunho o ofício que vou apresentar, no qual consta que o Cabo Antônio Baptista, vendo seu nome excluído da relação dos que lograram citação honrosa por sua conduta durante as operações, requereu justificação ao Capitão-General e arrolou testemunhas de defesa. Procederam-se a inquirições e, ao remetê-las, Ricardo Franco analisa uma por uma as pessoas do queixoso e dos depoentes.

Não encontrei também esse inquérito. Foi pena. Por ele teríamos conhecido ocorrências passadas nos bastidores do Forte, bem como, viriam a luz episódios desconhecidos. De outro documento, porém, vou colher subsídio para o nosso estudo. É o ofício a que me referi acima, datado de 09.11.1802, de Ricardo Franco a Caetano Pinto, importante documento para a análise dos acontecimentos e para a exaltação da nobreza e do valor de Ricardo Franco.

Vejamos como ele expõe os fato:

“Com o requerimento, e justificação de Antônio Baptista da Silva, recebi a carta de V. Exa. de 16 de Agosto, pela qual vejo não querer a piedade de V. Exa. ficar no escrúpulo de castigar um inocente: declarando o Superintendente que eu mal informado, e pelos seus inimigos, é que me atrevi a expor a V. Exa. com menos verdade, o seu pouco merecimento e no tono cobardia:

Este escrúpulo Ilmo. e Exmo. Sr. só devia recair em mim, porém, não tenho uma alma, tão péssima, e relaxada, que me animasse afazer dano a terceiro na sua honra e fazenda, e a um homem que sempre estimei. Nem a minha conduta em 20 anos de demora nesta Capitania; mostrará fato algum com que eu ainda indiretamente ofendesse alguém, antes enfadei sempre aos Srs. Exmos. Generais a favor de quem buscava o meu valimento: nem, enfim, me havia querer privar de um útil defensor que se figura valentíssimo; naquele mesmo tempo, em que ainda se esperava a volta dos espanhóis.

E ainda que a inquirição que agora faço chegar a presença de V. Exa. na qual juraram todos os Dragões que se achavam em Coimbra no tempo do ataque e estavam aqui presentemente bastava para mostrar a falsidade com que requereu a V. Exa. o dito Antônio Baptista, Inquirição em que se não diz, senão parte do muito que se podia dizer; contudo eu não penso deixar de ser extenso, em dizer a V. Exa., o que eu só presenciei, e expus, sem que mo inspirasse alguém. Como no conceito geral, Antônio Baptista da Silva, sempre foi contado como um soldado de paz; nesta ideia, a quem eu escolhi para explorar os espanhóis, foi ao Furriel Joaquim José Roiz; e embaraçando-lhe umas febres esta diligência; a encarreguei ao dito Baptista; ordenando-lhe fosse com toda a vigilância, pois podia encontrar de repente o inimigo, o que fez tanto pelo contrário, que todos iam dormindo; e à toa pelo meio do Rio; e a não ser um pedestre que viu as sumacas; as passavam em claro, com certa perda. Com o aviso do Pedestre, acordaram, e voltaram para trás as canoas, a do Baptista que ia mais traseira, foi a primeira, e a não ser um saran que a embaraçou, ausentava-se sem a outra, que tanto por ir adiante como por o seu Piloto a voltar sobre as sumacas, se viu em maior risco: mas com efeito, alcançou a primeira no embaraço dos sarans; neste lugar de que as cercaram as canoas espanholas, que não nos deram um tiro, nem a artilharia das sumacas, os podiam dar por ficarem já muito atrás, e cobertas com duas voltas do Rio, e ainda a podê-lo fazer não atiraria de noite, sobre os montes das suas mesmas canoas: pelo que é encarecido o risco, e glória de salvarem as canoas, que iam perdendo pelo seu descuido; e sobre as quais não deram os espanhóis, um tiro”. (MELLO)

Saran: arbusto da família das Euforbiáceas que nasce nas praias e pedreiras e que nas cheias ficam cobertos pelas águas. O saranzal é um trecho do Rio coberto de sarans, oferecendo, na época das cheias, canais por entre os arbustos. (Hiram Reis)

“No dia 14 de setembro (1801), quando Antônio Baptista nos veio dar parte daquele encontro, vinha tão tremulo e desacordado que mal se explicava: pedindo-me nesse dia e com impertinência a mudança para o novo Forte: até que lhe disse, que o inimigo não tinha azar; que feita a acomodação para guardar a pólvora, então nos mudaríamos, até que no outro dia se efetuou esta tal requerida mudança: dividi a gente apostos e fiz tanto conceito dele pelo seu notório susto que lhe não dei algum: encarregando-o só da guarda da pólvora; e fatura dos cartuchos.

Em 16 de setembro (1801) dia das chegadas dos espanhóis, mal eles dobraram a ponta da Ilha e se expuseram em franquia; o único homem que não pegou em armas; nem apareceu sobre os parapeitos; foi Antônio Baptista ainda os inimigos não tinham dado um tiro, já eu o fui achar assentado em um mocho, encostado, e com as costas no parapeito, embrulhado no seu poncho, perguntando a um soldado, se estava ali a bom recado ou se ainda podia ser ofendido de algum tiro eu mesmo lhe respondi que o chapéu estava a descoberto; e que lhe podia dar alguma bala; teve a feição de se deixar ficar assentado naquela figura; e principiando o fogo do inimigo, no meio dele, o fui achar assentado na banqueta, embrulhado no poncho e no seu atual desacordo”. (MELLO)

Mocho: assento sem costas para um indivíduo, tamborete. (Hiram Reis)

“No dia 17 (setembro de 1801) de manhã quando respondi a intimação de D. Lázaro de Ribera: logo este homem principiou a derramar os seus sentimentos de fraqueza: dizendo que não havia partido (recurso) contra as forças inimigas que não tínhamos mantimentos, que uma resposta daquela suposição se não dava sem consultar a todos; que era uma temeridade; que se me obrigasse a capitular, pois não deviam morrer tantos, pela teima de um só.

No dia 18 (setembro de 1801) postando-se o inimigo pelo meio dia no meio do Rio, fazendo um fogo terrível; e encostando-se à sombra dele a parte de cima, e próxima deste Forte; para tentar um desembarque que lhe dificultamos a força de tiros de espingarda, pelo que se retirou para o seu poso na margem oposta do Rio: depois do inimigo estar nesta posição, e toda a seção já finda; então apareceu, daí a bom espaço Antônio Baptista com uma clavina (carabina) dizendo queria também dar o seu tiro, quando já não tinha risco, nem a quem: foi esta a única vez que pegou em arma. E por não enfadar a V. Exa. não falo em outras semelhantes circunstâncias, contraindo-me as mais (...)

O Dragão João da Silva Nogueira, que naquele tempo era o Soldado de ordens que me acompanhava, indo nos intervalos que tinha fazer cartuchos: no 2° ou 3° dia me veio dar parte, de que indo aquela diligência o convidara o Cabo Baptista com mais outros, que já tinha reduzido ao seu parecer, para que os Dragões todos me obrigassem a capitular, e a eu não querer cuidasse cada um em salvar-se pois todos já estavam, seguindo a sua tímida fantasia, ou mortos, ou prisioneiros: a vista desta informação cheguei a ter papel pronto para fazer assinar estes fracos, e dispensei o dito João da Silva de acompanhar-me, e o encarreguei da guarda da porta travessa por cuja contígua muralha, por mais abaixo, se ia conduzir a água; e lhe dei ordem positiva, a mais três que escolhi, para que fizessem fogo, e tratassem como inimigo a todo aquele que pretendesse saltar aquela muralha sem licença minha. A mesma ordem passei logo depois ao Dragão Belchior Martins que comandava a parte de cima deste Forte vizinha ao Monte; e não dormi mais de noite, por uma continuada ronda, temendo verificado o conselho da fuga.

Eu mesmo fui o que presenciei, quanto consta do Itens 6° da Inquirição; nesse dia, pela sua notória fraqueza, e por ter mais certo conhecimento do seu covarde conventículo (reunião clandestina que só maquina o mal), o quis lançar em ferros, porém refletindo, que esta prisão, podia por susto aqueles aquém as persuasões do dito Baptista tinha desanimado e disposto para a fuga, os quais supondo-se com aquele merecido castigo descobertos, podiam fugir, e mesmo para o inimigo, o que facilmente o conseguiriam ou lançando facilmente no Rio, ou por perfídia (traição) do Corpo da Guarda, que quase todo estava corrompido: suspendi este procedimento; dobrando as cautelas pessoais, quanto pude.

No dia último do ataque, e em que o inimigo se aproximou bastante destas muralhas, temendo eu que debaixo do fogo terrível que fez, tentasse algum desembarque, e corricando (correndo a passo miúdo) estas muralhas, digo Estâncias e só Antônio Baptista com outro Dragão; por um forçoso feito do seu total desacordo, e medo teve o desembaraço de se deitar por terra, encostado a muralha; embrulhado em um poncho dos pés até a cabeça: que descobriu quando gritei por ele, dizendo-lhe, estava assim por conta dos estilhaços; e vendo-me exposto a eles, que nunca fizeram dano, pois nunca voltarão sobre alguém, por se evitarem facilmente teve o brio de se deixar ficar na mesma fraca figura: os fatos referidos, ninguém mos contou, e se os presenciei, e vi, e julgo que só um deles era bastante causa, para se lhe dar baixa sem o menor escrúpulo.

E segundo agora se verifica, pode ser, que assim como D. Lázaro, se retirou na noite de 24 de Setembro (1801), último dia dos seus ataques, amanhece na frente de Coimbra no dia 25 (09.1801) pode ser digo, que Antônio Baptista da Silva não molestasse a V. Exa. com os seus requerimentos e falcíssima justificação; pois asseguram os que sabem daquele covarde mistério que nessa mesma noite se efetivava a fugida, de todos aqueles, a quem as suas infiéis práticas tinha reduzido a tão infames sentimentos.

Como em Coimbra, no tempo daquele intempestivo ataque que, apenas existiam pouco mais de cem pessoas, tirando deste todo quase 20 dos quais, velhos; das oitenta e tantas, ou noventa de resto, muito mais de metade, estavam cheias de medo, que aqueles práticos, e de outros igualmente cobardes, fizeram muito maior. Este maior número todos estavam na mesma vil inteligência de se salvarem, e muitos já de mala feita; uns choravam publicamente, outros despediam-se até o dia do Juízo; outros e quase todos, os que estavam fora da Praça, de emboscada nos matos deste Morro, apesar de serem estes matos seguros lugares, desampararam os seus postos; e aos primeiros tiros do inimigo se concentravam, aonde não podiam defender os seus lugares, nem receber dano.

Todos estes por uma consequência infalível de todos os cobardes, para desculparem a sua timidez, e de acordo, fizeram causa comum; passaram-se certidões recíprocas, tiveram a infame lembrança de derramarem neste Presídio mil intrigas, espalharam no Cuiabá horrorosas invectivas, contra as pessoas de merecimento, e contra mim, e muitas delas assaz injuriosas, contando-me por um iníquo; honrando-me com o epíteto do Nero: e se acabada a ação, a sua vergonha, os devia cobrir de um confuso silencio, pelo contrário brotou em mil intrigas, e mentirosos enredos. Quando chegou a este Presídio o Capitão Francisco José de Freitas, com o Quartel Mestre Brito; a este último principalmente tiveram a arte de dizer junto e separadamente quantos embustes tinham imaginado para a sua desculpa: tentando justificar a Antônio Baptista, para consequentemente ficarem eles desculpados, pois receavam de que eu tivesse dado uma parte mais ampla a V. Exa.

Depois disso, eu tive a má condescendência, de ceder a empenhos, e mandar ao Cuiabá, alguns dos culpados; que foram ali jurar falso, e espalhar quanto tinham excogitado (imaginado) para sua desculpa, para denegrirem a minha conduta; infamarem aqueles que tiveram merecimento pessoal, cuja probidade temiam – pois os não puderam iludir; nem chamar, aos seus infames sistemas; e não duvido que estas vozes cavilosas (capciosas) e falsamente derramadas, abonassem em Vila Bela a conduta de Baptista pois este era o alvo destes homens; para traz dele ficarem igualmente justificados, a importunarem a V. Exa. com outros semelhantes, e pouco verdadeiros requerimentos.

Chegando a tanto a esperança que davam a confusão de tantas intrigas, e a multidão dos ouvidos contra a verdade, que até suponho, faltaria V. Exa. a piedade de ouvir-me; tanta força davam aos enredos, que por cartas, e vocalmente derramaram por toda esta Capitania, para em tanta confusão ficar um Comandante que lhes sofre, e que quereriam abonar com a perda deste Forte, e do Trem de S. Majestade informado e dito por injusto: além de quanto tenho com toda a verdade, e de presente exposto a V. Exa. não posso deixar de falar alguma coisa das seis testemunhas da justificação de Antônio Baptista da Silva. (...)

A 6ª e última testemunha, o Henrique (negro da tropa dos Henriques) Filipe de Fontes, fugiu da sua escolta no Monte para dentro da Praça e a mim mesmo me disse; que estava com muito medo, que o matasse, antes do que ir para fora: suposto que depois malicioso clava outras razões, dizendo que não queria estar com os fracos.

Este é o caráter das seis suspeitosas testemunhas, que formam aquela justificação; e a mesma probidade tem bastante destes destacados; que com injúrias, intrigas, e cavilações quererão confundir a verdade, para no meio das trevas salvar o seu pouco merecimento: confundir e denegrir as pessoas que obtiveram honrado; de tal forma que a doce satisfação que me podia resultar por defender Coimbra, se me voltou em amarguras e veneno, a vista de tanta calúnia, e embustes”. (MELLO).

(Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 23 de agosto de 2013)

 

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