da Luz e da Iluminação
Acender velas é uma das mais antigas e mais usadas artes
mágicas. A maioria das pessoas, em alguma ocasião já praticou a “magia das
velas”. Até num singelo ato de apagar velinhas de um bolo de aniversário e
fazer um pedido. A vela pode ser usada para transmutação de energia ou ainda para
obter ajuda ou alcançar algo especial. A maioria dos rituais de numerosas religiões e cultos utilizam as velas
como ponto principal de suas cerimônias.
A vela acesa substitui diante de Deus a pessoa que a
acende. Enquanto ela fica se consumindo, como se fosse um holocausto oferecido
a Deus, o Adepto aguarda a Bênção dos Céus. O holocausto era, na Antiguidade e
na lei mosaica, o sacrifício mais perfeito, porque por ele a vítima era
oferecida a Deus e queimada por inteiro em reconhecimento a seu poder e direito
absolutos sobre quem a oferecia. A vela acesa ê um holocausto em miniatura. A
pessoa compra a vela que passa a lhe pertencer, a ser sua. Acende-a para ser
consumida em seu lugar. É um ato de fé de todo Buscador, que pode ver na vela
em chama o Poder e a Glória do Todo-Poderoso.
Que relação pode haver entre um sacrifício e uma vela
acesa? Uma vela acesa a Deus simboliza, portanto, a adoração e a entrega total
de quem a acende ao Deus de seu coração, Senhor e Criador de todos os seres. É
claro que está longe de ter o mesmo valor do sacrifício do Mestre na Cruz, cujo
valor é infinito, visto que por Ele é o próprio Homem-Deus que se oferece a seu
Pai.
Deve-se, sim, evitar a má interpretação e o exagero, isto
é, evitar dar-lhe maior valor do que ele tem. Vela acesa é, pois, símbolo de
Luz e de Iluminação para o Adepto Contrito, aquele Buscador Sincero que espera
a resposta do Ser Criador às suas orações e súplicas.
A vela acesa tem também outro simbolismo. Irradiando luz
iluminadora, simboliza Jesus «Luz do mundo», conforme Ele próprio se
qualificou. Por isso, nos ofícios litúrgicos e nas convocações místicas, usam-se
frequentemente velas acesas, sobretudo durante as Sagradas Iniciações nos Graus
de Templo.
Desde a antiguidade a chama era o símbolo da fonte de luz,
conforto e bem estar para o Homem. Usada largamente principalmente em templos,
no antigo Egito em rituais sagrados. Os Celtas também utilizavam as velas em
diversos rituais, mormente os que brindavam o início das estações do ano, como
a primavera.
Na tradição judaica, toda menina herda esse poder
maravilhoso de iluminar o mundo e seu lar com o acendimento das velas de
Shabat. É verdade que a luz que Sara e Rivca acendiam durava milagrosamente e
emitia um brilho visível durante a semana toda; mas, espiritualmente, o efeito
das crianças acendendo velas hoje é o mesmo. Relativamente sobre o uso da vela,
disse Lubavitcher Rebe: "estando o mundo tão submerso na obscuridade e
confusão, é imperativo que a mulher judia o ilumine com esta sagrada luz."
A Bíblia Cristã nos diz também que o Deus Verdadeiro exigiu uma
vez um sacrifício humano: pediu a Abraão que lhe sacrificasse seu filho único
Isaac. Abraão obedeceu. Mas no instante em que segurava a faca para matar o
filho em cima da fogueira, Deus enviou seu Anjo que reteve a mão do pai e
substituiu o filho por um carneiro. Deus mostrava, assim, que os sacrifícios
humanos não são agradáveis a seus olhos e que só quis pôr à prova a fidelidade
e a obediência de seu servo. Esse sacrifício continua renovando-se
misticamente, de modo incruento, onde houver um sacerdote e um altar.
Por que acender velas? O costume de acender velas tem
origem nas prescrições do Antigo Testamento. O Senhor disse a Moisés: 'Ordena
aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter,
continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. Disporás as lâmpadas no candelabro
de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor.”
A vela acesa representa
o fogo que constrói o tudo do nada e com o seu poder destrói as barreiras e
obstáculos que se colocam em nosso caminho. Este elemento é a centelha divina que arde no interior de
cada um de nós, fazendo com que continuemos vivos, agindo, conquistando.
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