Bezerra
de Menezes, o humanista
O
Doutor Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu no dia 29 de agosto de 1831,
em Riacho do Sangue, no Ceará. Mesmo sem condições econômicas, o jovem Bezerra de Menezes
aventurou-se na conquista do sonho de tornar-se médico, saindo de sua terra natal
rumo ao sul do país. Em 1851, o mesmo ano da morte de seu pai, mudou-se para o
Rio de Janeiro, ingressando no ano seguinte, como praticante interno no
Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Nas horas vagas, dava aulas de
Filosofia e Matemática para manter seus estudos.
Em 1861, iniciou carreira política, sendo eleito vereador da
cidade do Rio de Janeiro, tendo que demitir-se do Corpo de Saúde do Exército,
do qual fazia parte como cirurgião-tenente. Na Câmara Municipal da Corte
desenvolveu grande trabalho na defesa dos humildes e necessitados, sendo
reeleito para o período de 1864 a 1868.
Retornou à política no período de 1873 a 1881, ocupando várias
vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal da Corte,
efetivando-se em julho de 1878, cargo que corresponderia ao de prefeito nos
dias atuais. Nunca obteve favores do governo para as suas candidaturas e era
adorado pelas camadas mais pobres da população.
Durante a campanha abolicionista, com espírito prudente e
ponderado, escreveu “A escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para
extinguí-la sem danos para a Nação” e expôs os problemas de sua terra, no
estudo “Breves considerações sobre as secas do Norte”.
Converteu-se ao Espiritismo em 1886, passando então a escrever
livros que se tornariam célebres no meio espírita. Devido a seu espírito
extremamente pacífico e conciliador tornou-se presidente da Federação Espírita
Brasileira.
Seu espírito de desprendimento não o permitiu acumular bens
materiais, e foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente
vascular cerebral o matou, em 11 de abril de 1900. Seu nome é reconhecido ainda
hoje, e evoca a lembrança de um passado rico, não em ouro, mas em lições de
caridade e devoção à fé abraçada.
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