AOS ENTES QUE NOS DEIXARAM
Até onde pode chegar o pensamento, nem o céu oferece limites. Aqueles nossos entes, hoje agasalhados em outra dimensão, por conta da transitoriedade a que somos sujeitos, não estão recobertos de pisos caros ou mármores luxuosos sob o silêncio escuro de uma campa.
A moldura mais justa e mais real se nos resume naquela certeza de que necessariamente existe um Criador de tudo e de todos. Suas obras revelam a Sua sabedoria infinita e Suas mãos jamais plantaram para a morte. Nem ela, a parca, é pura e simplesmente a segadeira do eterno.
Não! As coisas se transformam naturalmente. O Universo, quando contemplado sob as palavras de Leibtniz, de que “na natureza nada se perde, nada se cria, mas tudo se transforma” não nos deixa lugar para o fim puro e simples das coisas e dos seres.
Assim, aqueles de nós que já concluíram a jornada terrena, certamente marcaram sua presença neste mundo, ainda que atrás de si o que menos importa é se deixaram monumentos, glórias ou riquezas. Antes de tudo, aos nossos ausentes fisicamente, devemos uma prece sincera de gratidão a Deus pelo empréstimo ao nosso convívio familiar ou social.
Depostas as ferramentas da faina nem sempre suave de seus afazeres , profissionais e familiares nesta provisória experiência, nossos maiores descansam e velam por nós, gratos pela continuidade da vida que nunca cessa.. Nas vias invisíveis do pensamento, pelas rotas do amor que nos une num só propósito, deixemos que nossos corações se embriaguem dessa certeza de vida e prospere na fé da eternidade sem limites.
A saudade não pode matar o amor nem arrefecer a crença. A saudade existe porque o amor é a sua causa.. A lembrança terna e suave dos que partiram antes de nós é um referencial fundamental para continuarmos nossa missão, até que também a concluamos “combatendo o bom combate, e resguardando a fé até o término da carreira”.
(Geraldo Generoso)
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