Pátria do Coração
Nasci, como tantos nascem: nu e sem esperança,
assim, desde criança, não sei o que é conforto;
na tribo de minha gente, cresci meio no abandono,
eu tinha sono, e sonhava que estava morto.
Bem pequeno, nem imaginava que o mundo,
esse vale tão profundo, poderia me sufocar.
Percebia em tudo e em todos tamanha inquietude,
muitos perdendo a saúde, nem gosto de lembrar.
Mas fico sozinho a meditar, de minha terra,
bem no pé da serra, era a Pátria do Coração...
o destino me levou para bem longe, mas eu,
que saudade meu Deus! Vivia em plena solidão.
Um dia resolvi voltar, prá rever o meu passado,
meu pai estava ao meu lado, e a lágrima caía...
lugares ermos, mas era o nosso cantinho;
então, eu chorava sozinho, pela dor que sentia.
Aquela terra era tudo prá mim, eu soluçava...
de minha pobre mãe lembrava: estava distante!
Pude contemplar a bela sinfonia ao amanhecer,
na Pátria do Coração a sofrer, bem triunfante.
05.03.2009 – Jaro de Lima Alves
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