quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Artigo: Desabafo de um Pai - A/0994

Eu, que sou Pai de tantos filhos, não me canso de esperá-los, revestidos de amor um dia... Um dia destes qualquer, em que nos encontraremos face a face.

Meus filhos! Ah, meus, às vezes, descuidados herdeiros, são meninos e meninas travessas. Muita vez se deixam hipnotizarem por brinquedinhos do mundo, feitos de plástico, de papel ou de lata. Brinquedos que amassam. Castelinhos de areia que se dissolvem ao menor suspiro do vento. Quando não, divertem-se a esculpir bonequinhos de neve, para chorar quando a mínima réstia de sol os dilui numa simples e amorfa massa de água, a sumir devagar, devorada pelo chão.

Oh, se Meus filhos, Meus às vezes descuidados filhos sentissem os eflúvios do meu eterno Amor, a imbuir-lhes em cada célula de seu ser o alento da eternidade.

Todavia, um a um, MEUS FILHOS se achegarão ao meu Velho Lar para a alegria de um reencontro bendito, num dia que só Eu sei.

Mandei-lhes um recado por meu Filho mais velho, há algum tempo, e Ele transmitiu-lhes na íntegra o teor de Minhas promessas, sintetizada na frase que atravessa milênios:

NA CASA DE MEU PAI HÁ MUITAS MORADAS.

Oh, se Eu não fosse o dono absoluto do tempo e não detivesse na concha das mãos todo o Universo!

Ah, se Eu ignorasse o futuro, e sofresse da incerteza de que os reunirei a todos em nosso primeiro lar!

Sem essa presciência e não tivesse essa certeza de novamente os atrair ao Paraíso. Se eu ignorasse o que serão dos MEUS FILHOS E FILHAS, que moram numa casinha pequena e azul, chamada Terra, sentiria, por certo, arrebentar em Meu peito infinito uma angústia do Meu tamanho e Eu deixaria de ser eterno, pungido pela saudade de minhas travessas crianças.

Geraldo Generoso

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