terça-feira, 22 de janeiro de 2013

As Conjecturas a respeito dos
Reinos de Saul, Davi e Salomão


A despeito do relato bíblico, os estudiosos não acreditam que tenha havido um grande reino hebreu no período dos reinados de Saul, Davi e Salomão, mas que esses líderes foram engrandecidos devido a uma projeção de período posterior. Há muita controvérsia sobre o verdadeiro papel de Saul na história do povo hebreu. Exageros já haviam sido notados, por exemplo, nos números de 2 Samuel 24:9, que fariam do exército de Davi numericamente próximo da população da capital austríaca: 1.300.000 homens. Como afirma Joseph Blenkinsopp, “o registro bíblico fala em termos brilhantes das conquistas de Davi e Salomão, mas a realidade foi provavelmente mais modesta; e é necessário ter em mente que nenhuma fonte daquele tempo se refere, mesmo de passagem, a qualquer um dos dois reis ou ao Grande Israel que eles haviam criado”. De acordo com historiadores como Thomas Thompson, “não há evidência de uma monarquia unida, não há evidência de uma capital em Jerusalém ou de qualquer força política coerente e unificada que tenha dominado a Palestina ocidental (...)”. Portanto, acredita-se que o engrandecimento da Monarquia Unida é um anacronismo. No que diz respeito às figuras de Davi e Salomão, muitos autores publicaram livros comparando sua descrição literária às fontes extra-bíblicas. Davi é citado indiretamente numa estela de difícil datação chamada de Tel Dan "casa de Davi", ou seja, dinastia de Davi. Já no que diz respeito a Salomão, os arqueólogos jamais encontraram um documento que lhe fizesse referência. É notável que em nenhuma Estela, nem nos arquivos egípcios, nem nos arquivos de Biblos, nem nos arquivos da Assíria e nem em Aram-Damas haja qualquer menção ao nome de Salomão, muito embora a Bíblia o descreva como um grande rei. Não obstante, como afirma Hans M. Barstad, isso não significa que Davi e Salomão não tenha existido, mas apenas que o relato "misturou" ficção e realidade. O relato bíblico exagerou, contudo, sobre a grandeza do reino de Israel no período de Davi e Salomão. De acordo com o arqueólogo Amihai Mazar, “nós podemos descrever a Monarquia Unificada como um Estado num primeiro estágio de desenvolvimento, longe de ser um Estado rico e em larga extensão como no relato bíblico”. Para Hans M. Bastard, a ideia de uma Era Dourada, representada pelo Império Davídico, é um padrão próprio a um gênero literário chamado de "Histórias Nacionais", comum às sagas escandinavas e gaélicas. A ideia da criação de um Império Davídico-Salomônico é explorada detalhadamente por Israel Finkelstein e Neil Asher Silberman. No século X e mesmo no século IX a.C., Jerusalém era uma cidade pobre com pouco espaço para zona residencial e poucas fortificações. Como demonstram numerosos estudos, as evidências para um incipiente Estado centralizado só surgirão dois séculos mais tarde. De acordo com Mario Liverani, Jerusalém era "Minúscula" e Judá "pouco povoada" no século X a.C.. Mesmo durante os séculos IX e VIII a.C., o desenvolvimento foi modesto. A população inteira da região foi estimada pelo autor em 110 000 habitantes. William Dever faz uma estimativa semelhante. Outros trabalhos sobre a inexistência de um Estado centralizado Israelense na época de Davi e Salomão foram realizados por Jessica N. Whisenant, David Ussishkin, Nadav Na’aman, Margreet Steiner, Killebrew Whitelam e Franken, entre outros.

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