a
primeira santa carioca
Na manhã da última sexta-feira, 18 de
janeiro, no 12º dia da trezena em honra ao Padroeiro da Cidade, São Sebastião,
a Arquidiocese do Rio de Janeiro e a Igreja Católica no Brasil viveram um
momento histórico: o Arcebispo Metropolitano, Dom Orani João Tempesta, deu
início ao processo de beatificação de Odette Vidal de Oliveira (Odetinha). A
partir desse ato jurídico canônico, que instaurou o Tribunal que vai verificar
a vida, as virtudes e a fama de santidade da candidata aos altares, Odetinha já
pode ser chamada de Serva de Deus.
Odetinha morreu nasceu em 1930 em uma
família de portugueses e morreu em 1939, vítima de meningite. Sua devoção e
supostos milagres atraíram cerca de dois mil católicos à Igreja Nossa Senhora
da Glória, no Largo do Machado.
De acordo com Dom Orani Tempesta,
“quando há um certo clamor popular, a Igreja sempre procura investigar para
apresentar aquele ou aquela que morreu com fama de santidade como um exemplo de
vida”. “Depois de
consultarmos o Governo Diocesano e começarmos a deixar chegar a nós esses
pedidos e discerni-los, encontramos alguns testemunhos que falavam sobre a
Odetinha, que aqui no Rio tem uma fama de santidade, de uma pessoa que viveu
uma vida cristã exemplar” - completou.
A Igreja Nossa Senhora da Glória estava
lotada de devotos à espera das relíquias de Odetinha, que foram recebidas com
fogos, aplausos e muita emoção. Levadas da Catedral Metropolitana até o local
em uma urna de madeira pelo carro do Corpo de Bombeiros — ornamentado com
lírios, que eram as flores preferidas da menina, e com a bandeira da Jornada
Mundial da Juventude (JMJ Rio2013) e da Cidade do Rio de Janeiro —, foram
motivo de oração pelas ruas do Centro do Rio.
Segundo o Arcebispo, a escolha dessa
Paróquia para a abertura do processo canônico se deu pela proximidade do local
com a casa da família de Odetinha e para destacar a importância que a família
tem para a boa formação cristã.
O Vaticano já autorizou o prosseguimento
do processo de beatificação da Santa Odetinha. O próximo passo será dado por
peritos da Congregação para as Causas dos Santos, que investigarão, também com
documentos históricos, se a candidata realizou milagres que a Medicina não
conseguiu explicar.
O Brasil, país com o maior número de
católicos no mundo, tem somente um santo nativo, o Frei Antonio de Sant'Anna
Galvão, que morreu em 1822, quando o país era ainda una colônia portuguesa. A
Igreja beatificou no ano passado a religiosa Maria Rita Lopes Pontes, conhecida
como irmã Dulce, que faleceu em 1992 aos 77 anos.
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