domingo, 11 de agosto de 2013

Homenagem Póstuma: Professor Luiz Montoan

O professor Luiz foi um exemplo 
de simplicidade e de humildade 


O livro do Eclesiastes (1,2) lembra que a ganância é insaciável e, caso não se acorde, um dia se percebe que na vida tudo é vaidade. E, se nossa vida não é um serviço de amor e realização, torna-se fonte de preocupação, desengano e perda de seu sentido. E a existência é cheia de surpresa! No decorrer da semana que passou “perdemos” um colega de profissão, um professor, amigo e companheiro de longa jornada, onde uma fatalidade tirou a vida do professor Luiz Mantoan. 


Nosso cérebro é um computador, registra tudo e, ao saber da morte deste amigo, reflete no valor da existência. Esta reflexão tornou-se forte durante o funeral do amigo, não pelo número de coroas, de vasos de flores, mas, sobretudo pelas homenagens prestadas, por diretores, professores, alunos e toda a comunidade naviraiense. 

Vaidade, tudo é vaidade! Não se trata de endeusar ninguém, mas o professor Luiz foi um exemplo de simplicidade, humildade e soube conquistar seus alunos e colegas de trabalho. No corre-corre louco que vivemos, buscando o pão de cada dia, esquecemos que a felicidade se encontra nas pequenas ações e, o amigo que perdi leva-me a entender que não podemos deixar a vaidade tomar conta de nossa existência, buscando o que só interessa para si. 

Quando somos pessoas humildes, respeitadoras e com compaixão do próximo, isto se torna um marca tão grande que não é preciso ser mais que os outros para ter reconhecimento. Vivemos na ‘era’ do individualismo e o professor Luiz, que partiu repentinamente deixa muitas lições. 

Diria que a primeira é de sua simplicidade, era sempre o mesmo cara. Um amante da vida, do trabalho, sempre com alto astral e a todos sabia respeitar. Aliás, lembro que este professor era um trabalhador exemplar, pontual e por ser amante de sua profissão, por ela morreu. 

Dizer que era honesto e sincero, autentico e companheiro, justo e leal, corajoso e ‘pau para todo obra’ e que sabia cativar seus alunos, ainda é pouco, pois ficam para trás outras de suas virtudes. Vaidade das vaidades! O que estamos fazendo com nossas vidas? Estamos preocupados em deixar boas marcas? Ou se deseja subir na vida apenas pisando nos outros? 

Que Deus toque nossos corações, principalmente de nós professores que trabalhamos diretamente com alunos! Em umas das faixas no velório, havia uma escrita, com o nome de vários alunos: “Professor Mantoan obrigado por fazer parte de nossas vidas!”. Que Deus receba este amigo! Não esquecendo que nesta terra fica o bem que fazemos e Deus se alegra com isso e nossa fé, não é medida pelas vezes que vamos à Igreja, mas pelas boas obras que fazemos. 

E, o professor Luiz viveu fazendo o bem - combateu um bom combate e lutou, morrendo por seu trabalho. A comunidade reconheceu seu exemplo, pois ele foi um ‘guerreiro’, um ‘simples professor’ que deixa em Naviraí uma grande marca. Vai com Deus bom amigo, sua missão no mundo terminou, mas a fé em Jesus Cristo assegura que um dia nos encontraremos. Sou grato por tê-lo conhecido. 

Você foi um amigo que ajudou na formação de meu filho Paulo Henrique e seu exemplo me faz continuar lutando pela minha profissão e pela educação de Naviraí. Sentiremos saudades, mas Deus nos dará força para superar essa perda. Descanse em paz. Amém. 


(CIRO JOSÉ TOALDO é professor, mestre em educação e trabalha atualmente como gerente municipal de Educação e Cultura da Prefeitura de Naviraí)

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