A cura do cego Bartimeu
está registrada nos três evangelhos sinóticos, porém, existem nuances
diferentes noutros registros. Mateus fala de dois cegos e não apenas de um (Mt
20.30). Lucas fala que Jesus estava entrando em Jericó (Lc 18.35-43) e não
saindo de Jericó como nos informa Marcos (10.46).
Como entender essas aparentes
contradições no texto bíblico? Em primeiro lugar, nem Marcos nem Lucas afirmam
que havia apenas um cego. Eles destacam Bartimeu, talvez, por ser o mais
conhecido e aquele que se destacava em seu clamor. William Hendriksen diz que
não há nenhuma contradição nos relatos, porque nem Marcos nem Lucas nos contam
que Jesus restaurou a visão somente de um cego. Entretanto, não sabemos porque
Marcos escreveu a respeito de Bartimeu e não disse nada em relação ao outro
cego. Em segundo lugar, haviam duas cidades de Jericó. No primeiro século haviam
duas Jericó: a velha Jericó, quase toda em ruínas; e a nova Jericó, cidade
bonita, construída por Herodes, logo ao sul da cidade velha. A cidade antiga
estava em ruínas, mas Herodes, o grande havia levantado essa nova Jericó, onde
ficava seu palácio de inverno, uma bela cidade, ornada de palmeiras, jardins
floridos, teatro, anfiteatro, residências e piscinas para banhos. Aparentemente,
o milagre aconteceu na divisa entre a cidade nova e a velha, enquanto Jesus saía
de uma e entrava na outra.
A
Última Oportunidade
A cidade de Jericó além
de ser um posto de fronteira com alfândega (Lc 19.2), também era a última
oportunidade de abastecimento de provisões e local de reuniões, em que grupos
pequenos se organizavam para a viagem em conjunto. Desta forma, protegidos
contra os salteadores de estrada (Lc 10.30), os peregrinos partiam deste último
oásis no Vale do Jordão para o último trecho de uns vinte e cinco quilômetros,
uma subida íngreme de perto de mil metros, através do deserto acidentado da Judeia
até a cidade do templo.
Descrita no Velho Testamento como a "Cidade das Palmeiras", abundantes campos ao seu redor, Jericó tem sido um sítio atrativo para habitação humana por milhares de anos. Ela é conhecida na Tradição Judaico-Cristã como o lugar do retorno dos israelitas da escravidão no Egito, liderados por Josué, o sucessor de Moisés. Arqueólogos têm escavado os remanescentes dos últimos 20 sucessivos assentamentos em Jericó, sendo que o primeiro data de antes de 11.000 anos atrás (9.000 a.C). É considerada ainda a cidade mais antiga existente no mundo, com mais de 10.000 anos de fundação.
Provavelmente, dali Jesus estava indo para
Jerusalém. Ele marchava resolutamente para o calvário. Era a festa da páscoa.
Naquela mesma semana Jesus seria preso, julgado, condenado e pregado na cruz.
Era a última vez que Jesus passaria por Jericó. Aquela era a última
oportunidade de Bartimeu. Se ele não buscasse a Jesus, ficaria para sempre
cativo de sua cegueira. A oportunidade tem asas, se não a agarrarmos quando ela
passa por nós, podemos perdê-la para sempre. Nunca vamos saber se a
oportunidade que estamos tendo agora será a última da nossa vida.Descrita no Velho Testamento como a "Cidade das Palmeiras", abundantes campos ao seu redor, Jericó tem sido um sítio atrativo para habitação humana por milhares de anos. Ela é conhecida na Tradição Judaico-Cristã como o lugar do retorno dos israelitas da escravidão no Egito, liderados por Josué, o sucessor de Moisés. Arqueólogos têm escavado os remanescentes dos últimos 20 sucessivos assentamentos em Jericó, sendo que o primeiro data de antes de 11.000 anos atrás (9.000 a.C). É considerada ainda a cidade mais antiga existente no mundo, com mais de 10.000 anos de fundação.
A
Grande Multidão
Por que a numerosa
multidão está seguindo Jesus de Jericó rumo a Jerusalém? Aquele era o tempo da
Festa da Páscoa, a mais importante Festa Judaica. A Lei estabelecia que todo
varão maior de doze anos que vivesse dentro de um raio de vinte e cinco
quilômetros estava obrigado a assistir a Festa da Páscoa. Obviamente nem todos
podiam fazer essa viagem. Esses, então, ficavam à beira do caminho desejando
boa viagem aos peregrinos. Por essa razão, Jericó, que ficava a vinte e cinco quilômetros de
Jerusalém tinha suas ruas apinhadas de
gente. Além do mais, o Templo tinha cerca de vinte mil sacerdotes e levitas
distribuídos em vinte e seis turnos. Certamente muitas pessoas deviam estar
acompanhando atentamente a Jesus de Nazaré.
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