domingo, 13 de janeiro de 2013

Cultura: Pedro Bento e Zé da Estrada


Os 55 anos de Sucesso 
de Pedro Bento e Zé da Estrada


Os 55 anos de carreira da dupla sertaneja foram recheados de viagens pelo Brasil e pelo exterior. Pedro Bento diz que é impossível precisar as cidades onde já se apresentaram. “Não dá para contar. Uma vez comprei um mapa do Brasil e coloquei num quadro para marcar as cidades por onde passávamos. Em pouco tempo o mapa estava cheio de alfinetes espetados e, como as marcações nunca acabavam, abandonei a ideia”, declara. Os ‘causos’ e histórias vividos pelos dois são infindáveis. Pedro Bento lembra que, na década de 1950, os cantores se apresentaram num circo em Echaporã. A dupla tinha acabado de adquirir uma perua Kombi zero-quilômetro e vieram no veículo para a cidade. “Quando chegou a hora de ir embora é que foi duro. Deu problema no câmbio e a perua só engatava a marcha à ré. Eu e o Celinho arrumamos dois faroletes, abrimos o bagageiro da Kombi, sentamos um de cada lado e iluminamos o caminho. Saímos da cidade e fomos até Assis (SP) dirigindo o carro de ré. Quando chegamos, o Zé precisou ir a um massagista para botar o pescoço no lugar. Já pensou? Daqui a Assis dirigindo de ré? Se entortou todo”.

Circo
Foi na década de 1950. A população de Echaporã aguardava ansiosa a noite de apresentação da dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, no Grande Circo Bombril. “Grande só no nome, pois na verdade era até pequeno”, lembra, bem humorado, Pedro Bento. No dia do show, as arquibancadas do circo estavam lotadas. Tinha gente saindo pelo ladrão, como se dizia. “[Na época] nós estávamos fazendo um programa na Rádio Nacional de São Paulo, com o Edgar de Souza, e quando anunciava [na rádio] que iríamos nos apresentar em determinada cidade, era lotação certa”, recorda. Pois naquele dia o público foi tão grande, que a estrutura do circo não resistiu e a lona veio abaixo. “Tinha muita gente. Aí ficamos na cidade e, no outro dia, fizemos um show gratuito na praça pública. Foi maravilhoso”, diz.
O cantor também se recorda como conseguiam driblar a precariedade das estruturas oferecidas pelos contratantes. “No circo, quando tinha microfone não tinha pedestal e quando tinha pedestal não tinha microfone. Às vezes, amarrávamos uma corda na lona para prender o microfone. Se começasse a ventar, a lona subia e levava junto [o microfone]. Tínhamos que esticar o pescoço para poder cantar”. Pedro revela ainda que, apesar de todos os contratempos, era gostoso trabalhar em circo. “Sabe por quê? O povo parece que tinha mais amor na gente. Era um povo diferente, um povo alegre. Naquela época, a gente sofria, mas era um sofrimento divertido.

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