Os 55 anos de Sucesso
de Pedro
Bento e Zé da Estrada
Os 55 anos de carreira da
dupla sertaneja foram recheados de viagens pelo Brasil e pelo exterior. Pedro
Bento diz que é impossível precisar as cidades onde já se apresentaram. “Não dá
para contar. Uma vez comprei um mapa do Brasil e coloquei num quadro para
marcar as cidades por onde passávamos. Em pouco tempo o mapa estava cheio de
alfinetes espetados e, como as marcações nunca acabavam, abandonei a ideia”,
declara. Os ‘causos’ e histórias vividos pelos dois são infindáveis. Pedro
Bento lembra que, na década de 1950, os cantores se apresentaram num circo em
Echaporã. A dupla tinha acabado de adquirir uma perua Kombi zero-quilômetro e
vieram no veículo para a cidade. “Quando chegou a hora de ir embora é que foi
duro. Deu problema no câmbio e a perua só engatava a marcha à ré. Eu e o
Celinho arrumamos dois faroletes, abrimos o bagageiro da Kombi, sentamos um de
cada lado e iluminamos o caminho. Saímos da cidade e fomos até Assis (SP)
dirigindo o carro de ré. Quando chegamos, o Zé precisou ir a um massagista para
botar o pescoço no lugar. Já pensou? Daqui a Assis dirigindo de ré? Se entortou
todo”.
Circo
Foi na década de 1950. A
população de Echaporã aguardava ansiosa a noite de apresentação da dupla Pedro
Bento e Zé da Estrada, no Grande Circo Bombril. “Grande só no nome, pois na
verdade era até pequeno”, lembra, bem humorado, Pedro Bento. No dia do show, as
arquibancadas do circo estavam lotadas. Tinha gente saindo pelo ladrão, como se
dizia. “[Na época] nós estávamos fazendo um programa na Rádio Nacional de São
Paulo, com o Edgar de Souza, e quando anunciava [na rádio] que iríamos nos
apresentar em determinada cidade, era lotação certa”, recorda. Pois naquele dia
o público foi tão grande, que a estrutura do circo não resistiu e a lona veio
abaixo. “Tinha muita gente. Aí ficamos na cidade e, no outro dia, fizemos um
show gratuito na praça pública. Foi maravilhoso”, diz.
O cantor também se recorda
como conseguiam driblar a precariedade das estruturas oferecidas pelos
contratantes. “No circo, quando tinha microfone não tinha pedestal e quando tinha
pedestal não tinha microfone. Às vezes, amarrávamos uma corda na lona para
prender o microfone. Se começasse a ventar, a lona subia e levava junto [o
microfone]. Tínhamos que esticar o pescoço para poder cantar”. Pedro revela
ainda que, apesar de todos os contratempos, era gostoso trabalhar em circo.
“Sabe por quê? O povo parece que tinha mais amor na gente. Era um povo
diferente, um povo alegre. Naquela época, a gente sofria, mas era um sofrimento
divertido.
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