quinta-feira, 18 de julho de 2013

Tiao Carreiro

O MAIOR DE TODOS OS VIOLEIROS          

TIAO CARREIRO, O REI DO PAGODE
* 13 DEZ 1934 - +15 OUT 1993

Como no poema de Drummond, Tião gostava de Gonzaga, que gostava de Tião, que gostava de Vieira, que gostava de Torres e Florêncio, que gostavam de Cornélio, que gostava da autêntica música brasileira. Mas antes de consagrar-se como rei da música sertaneja, José Dias Nunes, o Tião Carreiro - um dos mais importantes violeiros do País -, adotou, temporariamente, os pseudônimos de Zezinho, Palmeirinha, Lenço Preto e Zé Mineiro; e fez dupla com Lenço Verde, Lenço Branco, Coqueirinho e Tietezinho. Em tempo: Lenço Verde e Coqueirinho eram uma mesma pessoa - Waldomiro, um primo de Tião.

Na segunda metade dos anos 50, J.D. Nunes, nascido no dia 13 de dezembro de 1934, teve o prazer de conhecer Diogo Mulero, o Palmeira, que o encaminhou a Teddy Vieira. Além de lhe dar a oportunidade de gravar o primeiro disco, Vieira "batizou" Nunes de Tião Carreiro. Detalhe: na época havia outros Tiões que formavam trios com Rocinha e Serraninho e Mauro e Gauchinha. Um dia, em 1954, Tião Carreiro conheceu Pardinho (Antônio Henrique de Lima, um paulista de São Carlos, nascido no dia 14 de agosto de 1932). Logo os dois se entenderam e começaram a se apresentar em circos e praças públicas. Em junho de 1956, os dois conseguiram gravar o primeiro de uma série de 15 discos de 78 rpm. Agradaram e tornaram-se ídolos. Tião teve outros parceiros: Carreirinho, com quem gravou nove discos, e Zé Gregório. Pardinho também: Mirandinha, Zé Carreiro, Pardal, Peão Carreiro, Joao Mulato e, mais recentemente, Praiano.

Entre janeiro e fevereiro de 1959, o mineiro de Montes Claros, Tião Carreiro (José Dias Nunes) e o paulista de Bofete Carreirinho (Adauto Ezequiel) compuseram e gravaram, no dia 3 de março desse mesmo ano, uma música a que deram o curioso título de Pagode, uma espécie de recortado sem ser recortado, que é uma forma de dança (e música) bastante comum no interior de São Paulo e outras regiões do país, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. Foi aí que um compositor genial, Lourival dos Santos, chamou seu amigo Teddy Vieira a um canto prum dedo de prosa. 

Conversa vai, conversa vem, Tião foi chamado também para alguns esclarecimentos e troca de ideia. Logo após esse encontro, Teddy e Lourival compuseram, num novo ritmo, pagode, Pagode Em Brasília, originalmente gravado por Tião Carreiro e Pardinho há mais de 36 anos. A criação desse gênero musical coincidiu com a inauguração de Brasília, o que levou seus autores a serem homenageados pelo Presidente da República, Juscelino Kubitschek.

Tião morreu no dia 15 de outubro de 1993, sem gravar uma música do Gonzaga, como pretendia.

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