terça-feira, 30 de julho de 2013

Nilson: Crônica Policial 02 - Prendendo o Ladrão errado

Prendendo o ladrão errado  

Noite de terça-feira, tudo dentro da perfeita normalidade na cidade fronteiriça. Naquele dia, a equipe de serviço da Polícia Militar tinha feito a escolta de dois detentos até o Fórum local, atendido um acidente de trânsito, apreendido um menor com certa quantia de maconha e naquele momento, realizava patrulhamento ostensivo em um bairro periférico. 

O rádio-operador, policial responsável pelo atendimento ao público, atendeu a uma ligação feita ao telefone 190 e em seguida através do rádio comunicador avisou aos colegas que estavam na viatura de que no Terminal Rodoviário da cidade, acabará de ocorrer um roubo, praticado por um jovem e tendo como vítima um idoso.

Quando já estavam nas proximidades do local do crime, os   militares perceberam que  um ex-presidiário sai em desabalada carreira. De imediato, inicia-se o monitoramento tático, e após algumas quadras, o suspeito tenta se esconder atrás de um poste.

Ao ser localizado e perceber que sua fuga chegará ao fim, o meliante se agarra com toda força ao pilar de cimento, na tentativa de impedir a prisão. Determinado a encaminhar o rapaz até a presença da vítima para que seja realizado o reconhecimento, um dos soldados aplica no suspeito um golpe de arte marcial conhecido como “mata-leão”, que nada mais é do que uma forma de  estrangulamento.

Eis que para a surpresa geral, o suposto ladrão, que não queria largar o poste, não consegue segurar seus impulsos e acaba defecando na roupa. Isso mesmo, como o sistema digestivo já tinha feito sua parte na tarefa de processar os alimentos, a sobra já estava pronta para ser  excretada.

Com a cueca cheia de fezes, ele foi posto na viatura e encaminhado até a Rodoviária, onde o cidadão vítima do crime disse que quem havia lhe roubado era um “buguinho” (jovem com traços indígenas) e não um “alemão”, já que o rapaz capturado era loiro.

Diante disso, o rapaz foi de imediato liberado. O ex-presidiário, que colecionava passagens policiais pelos crimes de tráfico de drogas e roubos, questionado pelos policiais o que teria motivado sua fuga, já que ele estava “limpo”, justificou dizendo que já havia sido preso tantas vezes, que estava complexado e que quando via a Polícia, só pensava em correr.

Ele então pediu ao comandante da equipe que lhe desse uma carona até a sua residência, pois naquela situação seria complicado andar. O Militar lhe disse que não seria possível, pois a Polícia tinha que dar continuidade à missão de localizar o tal  Buguinho, que seria o verdadeiro autor do fato delituoso. 

 

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