CLIMA TENSO NA FRONTEIRA
A presença da Polícia Rodoviária Federal tem sido
constante desde a época em que carros de policiais
foram incendiados na base da PRF de Mundo Novo.
O repórter César Galeano noticiou o fato no dia 11 de
julho: “Dois carros que estavam estacionados no pátio do Posto da Polícia Rodoviária Federal,
em Mundo Novo,
incendiaram-se. O fogo iniciou-se entre 18:10h e 18:30h. Acionado, o Corpo de Bombeiros
conteve as chamas. Um dos carros o Fiat
Uno de placas AKM 3041, de Guaira (PR), ficou totalmente
destruído pelas chamas, enquanto o outro, um Honda Civic com placas HTG 1040,de Mundo
Novo (MS), teve danos parciais na parte dianteira ficando totalmente coberto de
fuligem. A Polícia Federal também esteve no local. Resta saber quem dará
seguimento às investigações para apurar o caso.”
A partir deste episódio e na tentativa de se descobrir os
autores do crime, as corporações policiais não têm dado tréguas, com o aumento
de efetivo na região fronteiriça, mas, apesar de todo o esforço despendido, a
empreitada não tem sido bem sucedida. Prossegue pelo ar e pela terra as
operações policiais na região Cone Sul, principalmente nos arredores de Mundo
Novo, que possui grande fluxo turístico pela proximidade com a cidade de Salto
del Guairá, no Paraguai.
Mais recentemente, o trabalho das polícias foi
intensificado e tem gerado alguns conflitos em setores da sociedade organizada
nas cidades fronteiriças. No último sábado, 10, taxistas de Salto del Guairá
realizaram manifestações, impedindo a entrada e a saída de turistas em
represália a atitude de integrante da polícia brasileira, que teria praticado
atos de violência contra paraguaios, conforme declaração de alguns taxistas que
se faziam acompanhar do prefeito Eduardo Paniágua, de Salto del Guairá. O
comando da operação no último final de semana disse desconhecer acordo entre os
dois países que permite os taxis efetuarem o transporte de passageiros,
limitando-se a informar que o trabalho realizado naquele dia na entrada do
Paraguai era uma rotina para averiguação de documentos de veículos. Após o
diálogo entre integrantes da PRF e a autoridade política do país vizinho, a
situação ficou amena e o trânsito foi normalizado para a alegria de turistas
que ficaram privados do direito de ir e vir durante um bom espaço de tempo.
Sem dúvida, a região toda sofre muita influência
turística e também do contrabando e descaminho, o que contribui para uma ação
mais enérgica dos policiais. No entanto, como bem expressou o comunicador
Waldomiro Sobrinho, na Rádio Pantanal, “nem todos são bandidos, como querem
demonstrar em megaoperação, onde milhares de reais são gastos todos os dias,
sem resultado prático.” Na verdade, o bem sempre está acima do mal, e é com
este espírito que o trabalho das polícias deve ser feito. A investigação deve
prosseguir com o fim de colocar os vândalos ou criminosos no lugar que eles
merecem, mas a sociedade não pode pagar o preço em detrimento de todo o aparato
policial instalado na região há mais de um mês. Se persistir este clima por
mais algum tempo, sem que o objetivo seja atingido a região toda terá o impacto
negativo com a economia em declínio, em razão da movimentação turística na
cidade paraguaia, que tem um comércio muito forte e que emprega centenas de
trabalhadores brasileiros, oriundos de Mundo Novo e de Guaíra.
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