quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Coisas Estranhas na Igreja - A/0070

Coisas Estranhas na Igreja
Os perigos da modernidade podem ser resumidos em dois traços atuais que estão dilacerando a Igreja de Roma: a secularização, que distancia a sociedade da religião; e o relativismo moral, que é a idéia de que cada pessoa, cada crença pode atingir a verdade, e portanto ninguém é capaz de julgar o outro. Aqui se enquadram todos os grupos religiosos independes, incluindo aqueles que crêem em Deus e exercem a fé sem qualquer vínculo com qualquer denominação religiosa. Para a Igreja, nada poderia ser pior que isto, pois ela perde o seu domínio sobre as massas, como era a sua prática há algumas centenas de anos. O relativismo torna fácil que pessoas comuns contestem as regras religiosas, pondo em xeque a hierarquia e impedindo o avanço da Igreja pelo mundo. Se cada religião ou grupo religioso exerce a sua verdade, por que um padre teria de exercer influência sobre outras religiões ou pessoas de outros credos?Não teria porquê o catolicismo impor suas regras e doutrinas ao islamismo, ao hinduísmo, ao budismo, ou mesmo persuadir quem quer que seja dentro de outros ramos do cristianismo. Com isso, a Igreja Católica acaba ficando inócua, reduzindo-se ao seu tamanho real e com predominância em países pobres do Ocidente.Para alguns, o Papa Bento XVI tem bons motivos para defender coisas tão estranhas, como aliás já vinha fazendo desde os tempos de Cardeal, quando Ratzinger, foi polêmico diretor da Congregação para a Doutrina da Fé, uma espécie de inquisição moderna.Para combater o relativismo, uma corrente de cardeais do Vaticano, subordinados ao papa desde os velhos tempos, defende que a Igreja reafirme a sua doutrina. Em 2001, ele escreveu a polêmica declaração “Dominus Iesus”, que ataca a mentalidade indiferentista, imbuída de um relativismo religioso, que leva a pensar que tanto vale uma religião como outra. No texto, o papa afirma sem dó: “O catolicismo é melhor que as outras religiões, e só se pode atingir a verdade por ele.” Pensando assim, a Igreja deve seguir intacta, como guardiã dos valores cristãos. Para as demais denominações cristãs, isso representa uma afronta, pois o cristianismo hoje está representado por crenças diversas, com conceitos diferenciados e múltiplas maneiras de entender a vontade de Deus.Na verdade, se a Igreja Católica, a essa altura, pretender mudar, acabará perdendo a sua identidade, o que deixaria de ser interessante, como prevê o seu líder maior, Papa Bento XVI. Se mudasse, a Igreja certamente perderia a sua identidade, nada mais tendo a oferecer. Precisa, então, voltar aos seus princípios, condenando as práticas modernas, para se mostrar mais autêntica perante seus seguidores e para a opinião pública, de um modo geral. Se possível, a Igreja deveria voltar a ter missa em latim, como antes de 1962.

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