Liu e Léu A Sementinha
(Itapuã / Dino Franco)
La na casa da fazenda onde eu viviaNuma manhã de garoa e de céu nubladoAchei no chão do terreiro uma sementinhaPensei logo em planta-la no chão molhadoO tempo passou depressa e a mocidadeChegou como chega a noite ao cair da tardeVeio morar na fazenda uma caboclinhaGraciosa, bela e meiga, e na flor da idadeIniciou-se um romance entre eu e elaNa sombra aconchegante de uma paineiraDei a ela uma rosa com muita esperançaQue eu colhi de um galhinho daquela roseiraMarcamos o casamento pra o fim do anoPra mim só existia ela e pra ela só euPouco mais de uma semana pra o nosso edilhoA minha flor prometida doente morreuArranquei o pé de rosas da primaveraE plantei na sepultura de minha amadaTodas tardes eu molhava com o meu prantoA roseira foi murchando e acabou-se em nadaA chuva se foi embora e o sol ardenteMatou a minha roseira e secou meu prantoSó não matou a saudade da caboclinhaPois eu veja sua imagem em todo cantoPor isso é que eu vivo longe da minha terraSeguindo a longa estrada de minha vidaProcuro viver sorrindo mas no entantoEu choro ao me recordar a amada queridaO destino como sempre é caprichosoÉ cheio de traição e de sonhos loucosTal qual aquela roseira e a minha amadaEu pressinto que também vou morrendo aos poucos
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