sábado, 30 de agosto de 2008

A Religiáo e o Temor de Deus - A/0072

A Religiáo e o Temor de Deus
É preciso sermos fiéis naquilo que acreditamos. Mesmo que com um número menor de católicos, o papa persegue a idéia de “apertar” o sistema, para que a Igreja possa encontrar o seu verdadeiro caminho. De acordo com o livro Sal da Terra, o papa concedeu uma grande entrevista ao jornalista alemão Peter Seewald, e com categoria afirmava que “A era da Igreja de massas acabou.”.Se o relativismo abala os alicerces da Igreja, imagine o que pode acontecer com a ausência da fé entre os povos. Essa característica moderna vem preocupando o papa e muitos outros segmentos da cristandade. O papa é chefe de um importante grupo religioso, que outrora teve um domínio marcante, principalmente na Europa, e que, de repente vê esse império prestes a ruir, muito perto de uma catástrofe, pelo advento de idéias diferenciadas reinantes em muitas pessoas em todo o mundo civilizado.Tem razão o papa ao dimensionar um mundo sem Deus, mas é esta também a grande preocupação de lideranças espirituais em toda parte. O jeito moderno de pensar se baseia na idéia de que tudo pode ser resolvido pela razão, como muitos filósofos advogavam durante o período do iluminismo. Para melhorar o homem, bastaria usar o conhecimento e a ciência para reformar a sociedade. Seria uma solução trocar o capitalismo pelo socialismo, mas isso não deu muito certo em muitos países de regime autoritário, como registra a história contemporânea. Esse tipo de avanço, porém, não conseguiu aprimorar o homem, ficando claro que o progresso pode também servir para apontar possibilidades de destruição.Para o filósofo Luís Felipe Ponde “Somos mais difíceis do que nossa revolução moderna pensou.”.Seguindo os conceitos essenciais do catolicismo, o papa também acredita que o homem nasceu mau e possui uma imperfeição estrutural. Portanto, esse homem precisa da religião e do temor de Deus.Na verdade, a idéia de Deus como o criador do mundo começou a desmoronar há cerca de cinco séculos. A partir daí, Copérnico, Newton e outros gênios mostraram um mundo sem harmonia divina, e sim como um caos de forças que se batem, levando à conclusão de que o fato de vivermos é insigficante e casual. Com essa mudança, surgiram perguntas estranhas, como por exemplo: Estamos aqui por acaso? Qual o verdadeiro sentido da vida? De onde viemos e para onde vamos? Como saber o que é certo e o que é errado?São questionamentos naturais nos dias de hoje e Bento XVI “A fixação das pessoas em prazer, felicidade própria e liberdade vem dessa falta de sentido que a vida tomou”. O papa acha que estamos obcecados por liberdade essa obsessão estaria por trás da questão do aborto e do divórcio. O raciocínio é este: se a minha felicidade importa mais, um filho é uma ameaça à liberdade, por isso deve ser abortado; um casamento que dure para sempre vira uma aposta grande demais. Se o indivíduo autônomo tem a última palavra, tem de poder querer tudo. Então, tenho de agarrar no meu bocado de vida, tenho de me realizar, e ninguém pode intrometer-se. No jeito católico de pensar, não importa se vivemos felizes, seguindo a nossa opção sexual ou simplesmente viajando em nosso próprio veleiro. Bento XVI quer que as pessoas voltem a ter fé e deixem de si preocupar consigo próprias. Concluindo, é preciso que haja equilíbrio em tudo e muito mais na questão religiosa, para que determinadas práticas não se transformem em fanatismo. A ditadura da razão é, sem dúvida, perigosa para a humanidade, do mesmo modo que é muito perigoso o fanatismo religioso, que muita gente cultiva, muitas vezes por ignorância.

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