Tanto entre os humanos quanto entre os animais,
existem mães e mães. Entre nós há as que trabalham e as que não, as que bebem,
usam drogas, são prostitutas, não se respeitam, mas mesmo estas merecem e
normalmente são respeitadas por seus filhos.
No mundo animal, há vacas que protegem suas crias de
qualquer um, que lutam desesperadamente contra quaisquer predadores para não
perder sua cria, e as que simplesmente observam a mesma ser devorada por outros
animais.
Outras que abandonam seus bezerros logo ao nascer,
deixando-os à própria sorte, os chamados “guachos”, que, se encontrados a tempo
por um humano, muitas vezes tornam-se mais fortes do que seus contemporâneos,
mesmo tendo crescido sem nenhum “afago” materno.
As galinhas cobrem com as asas os pintinhos
recém-nascidos, para que não sejam devorados por gaviões e para que não sofram
com a chuva e o frio. Existem, porém, aves que raramente chocam o próprio ovo,
como as galinhas d’angola, os marrecos e outras, que por esse motivo, são de
difícil procriação.
Entre os suínos e caninos, o filhote que, desde os
primeiros momentos de vida, tendo que disputar as tetas com os irmãos, se
esforça para mamar mais e fica cada dia mais forte que seus irmãos, que não se
esforçaram, e por isso ficam cada vez mais fracos.
Algumas mães, entretanto, suprem seus filhos de todas as
necessidades que estejam ao seu alcance, mesmo quando o “filhinho" ou a
"filhinha” já são adultos, mas assim como nos animais, essa superproteção
cria um ser fraco, que por nunca haver lutado por nada, quando essa mãe não
estiver mais presente, terá muitas dificuldades para sobreviver num mundo onde
há disputas por tudo.
Ao contrário de ajudar, elas proporcionaram um enorme
prejuízo a esses filhos, que sempre perderão, em todos os sentidos, para os que
cresceram fortes por terem tido de buscar, sem ajuda, o que necessitavam.
No entanto, sem sua proteção e tendo que buscar seu
próprio sustento e programar seu futuro sabendo que nada mais será ganho,
aprenderá, ainda que tardiamente, assim como aquele filho ou filha que foi
desamparado, mal tratado, abandonado e até mesmo desprezado por essa mãe, que
por ter lutado sozinho por sua sobrevivência e aprendizado, tornou-se um adulto
mais forte e para ele nada mudará quando essa mãe partir.
Por isso e por mais que seja dolorido, assim como ocorre
em todo o reino animal, em determinado momento as mães necessitam desmamar seus
filhos, pois aquelas que contrariando a natureza, escolhem dar proteção a um
filho normalmente fracassam em seu sonho, e fazem fracassar o filho protegido.
Perceber esse erro, certamente gera uma enorme sensação
de fracasso na mãe para a qual seu filho protegido obteria somente sucessos, e
essa descoberta normalmente provoca um distanciamento cada vez maior desta mãe
com o filho que ela desprezou e que hoje é um forte.
Os que lutaram com suas próprias mãos, certamente criarão
seus filhos assim, dando-lhes amor, carinho e apoio, mas ensinando-lhes a
buscar seu lugar ao sol com seu próprio esforço, pois o mundo não passará a mão
na cabeça de ninguém, quando não tiverem mais a retaguarda dos pais.
E quando a grande maioria fizer o mesmo, nascerá uma nova
geração de homens e mulheres fortes, que construirão o futuro de um grande
país, deixando de lado e para trás os fracos que criaram filhos e nações
fracas. As nações são o resultado de como as mães
criaram seus filhos nas décadas anteriores.
(João Bosco
Leal www.joaoboscoleal.com.br)
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