terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Livro 14: Capítulo XXI - A Confusão Religiosa

CAPÍTULO XXI

A CONFUSÃO RELIGIOSA EM NOSSOS DIAS

A Espiritualidade, como um todo, se expande no mundo inteiro, mas na proporção a terra fértil para o surgimento de igrejas e seitas é o Brasil, que já registra um alarmante número de denominações religiosas para todos os gostos. Além de novos títulos, é interessante como as denominações tradicionais se desdobram em subtítulos e ministérios, dando lugar a discussões intermináveis entre líderes e liderados.
Enquanto os grandes e pequenos grupos se acomodam em doutrinas e costumes, há os que preferem ficar no anonimato nas chamadas comunidades Evangélicas. É muito comum, em todas as cidades, se deparar com placas indicando uma nova igreja, que na verdade é uma dissidência de outra igreja, que por sua vez é também dissidente de outra Denominação. Assim, praticamente todos os credos conhecidos são frutos de alguma divisão ministerial.

A Confusão Religiosa é marcante, quando as pessoas ficam em perplexidade diante da realidade espiritual em que vivem. Diante de uma situação deprimente em que se encontram as multidões, a solução é a busca de um refúgio numa dessas milhares de portas que estão abertas para acomodar os cansados e oprimidos. Aliado ao sofrimento humano, também existe a busca da prosperidade, o que vem motivando a fundação de novos templos em todos os lugares. Todos querem cura e vida próspera e a mensagem atual vem de encontro às necessidades de todos os que sofrem.
A grande maioria, ainda sem a consciência desperta, não encontrando naturalmente o Caminho da Paz e da Felicidade, se sujeitam às inúmeras modalidades religiosas que são colocadas à disposição dos mais fracos na fé. O Apóstolo Paulo chamava isso de “Ventos de Doutrina”, porque já naqueles dias muitos queriam experimentar as “águas rotas”, no lugar da Fonte de Água Viva, como bem disse o Profeta Jeremias: “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas.” E ainda hoje é assim: as pessoas em desespero, procuram um alento na primeira esquina que encontram, na tentativa de serem felizes. Sem saberem, começam a exercer o proselitismo religioso, e no fanatismo a coisa fica ainda mais complicada.

Existem as exceções, quando o Adepto Contrito, encontra a Paz que procura; mas as massas nem chegam a entender os propósitos do grupo a que passam a pertencer, pois apenas estão buscando uma felicidade passageira, porque a verdadeira e duradoura não pode ser encontrada em templos feitos por mãos humanas. É possível perceber os absurdos que os chamados “apóstolos e bispos” da nova geração de obreiros têm plantado nos corações dos incautos aqui, ali e acolá. As guerras santas estão nos canais televisivos todos os dias, enquanto milhares vivem em grande confusão religiosa.
João Batista pregava no deserto o batismo para o arrependimento e o Mestre Jesus anunciava as Boas Novas por onde andava. Os discípulos e os primeiros pais na fé faziam a mesma coisa, e sem exagero curavam os enfermos e abençoavam as pessoas. Pedro e João, na Porta Formosa, exclamaram: “Não temos ouro e nem prata…”, mas com a palavra ungida declararam a cura ao paralítico.

Agora, vamos refletir sobre a situação atual. Estaria alguém anunciando o Reino de Deus, sem o acúmulo de bens materiais? É possível que isso ocorra em algumas instâncias da Espiritualidade, mas se sobressai a moderna venda de indulgência.
As pobres criaturas que carecem das misericórdias divinas estão num grande emaranhado, dando ouvidos às falácias humanas, quando na prática deveriam, por sí mesmas, adentrar no Trono da Graça, onde as Bênçãos Incontáveis estão à disposição dos Filhos de Deus.

 

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