quinta-feira, 4 de julho de 2013

Personalidade: Naim Dibo


Naim Dibo, o Empresário
Naim Dibo, a esposa e o cantor Agnaldo Rayol

Aos 79 anos faleceu em Campo Grande o empresário sírio, Naim Dibo. Aos 15, embarcou como clandestino de um navio, com destino ao Brasil. Sua trajetória no mundo novo é relembrada por sua neta Margarete Dibo Nacer Lani: “Sem nenhum dinheiro, sem amigos e ainda tendo que se comunicar com gestos, uma vez que não sabia uma só palavra da língua portuguesa, desembarca em Santos um adolescente animado a começar uma vida nova. Ele vive outra emoção ao desembarcar na Estação da Noroeste, destino final de uma longa e penosa viagem. Quanto mistério envolve a vida de um jovem imigrante que, não tendo nenhuma profissão e com escolaridade mínima, consegue não só sobreviver num país estranho, mas alcançar o que todos sonhamos, a plena realização de nosso ideal. Na opinião de vovô, nenhum outro país recebeu os imigrantes tão generosamente como o Brasil. Esse jeito de receber fazia com que se apaixonassem pela nova Pátria que os acolhia com tanto carinho. Vovô era apaixonado por Campo Grande. Foi aqui que ele conheceu sua esposa Elza, tiveram seus filhos e construíram, tijolo por tijolo, seu êxito comercial.” Em Campo Grande Naim foi vendedor ambulante, lanterninha no Cine Trianon, carroceiro, até 1931, quando comprou seu primeiro fordinho e se transformaria no legendário Turco, o maior e mais bem sucedido mascate do Sul de Mato Grosso. Em 1937, Naim Dibo entra nos negócios de importação, inciando com a compra de arame para cerca em Hamburgo na Alemanha, “de ótima aceitação entre os fazendeiros”, segundo Paulo Coelho Machado. Com a II Guerra Mundial, suspensas as relações comerciais com a Alemanha, Naim já havia ampliado seu comércio exterior a outras países e outros itens. Além de arame de outras procedências, o seu atacado contava ainda com a comercialização de telhas de zinco, pneus, sal, banha, gasolina erva-mate, cerveja e trigo argentino. Ficou rico, investindo na compra de casas, dinheiro a juro, construção civil e ações. Benemérito, doou à Santa Casa de Campo Grande equipamentos para cirurgia cardíaca, tomografia computadorizada, transplante de rim e córnea. Ao hospital do Pênfigo doou uma bomba de circulação extracorpórea; e ao hospital de Sidrolândia, equipamentos para a sala cirúrgica além de outros benefícios. 

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