Predestinação é um conceito teológico, também relacionado à filosofia, que
trata do relacionamento de Deus e o homem, no sentido de que Deus consegue
prever ou até decidir previamente os acontecimentos no tempo e no espaço,
utilizando a Sua absoluta Soberania e Onisciência.
A predestinação divina,
comum no monoteísmo, é no cristianismo relacionada à Onisciência de Deus
sabendo previamente tudo o que vai acontecer, no que se refere à salvação de
uns e a não salvação de outros, sendo um tema dos ensinamentos de Agostinho de Hipona e de João Calvino. Para Santo Agostinho, a salvação não dependeria dos
próprios seres humanos, mas sim de uma intervenção divina, da graça divina, algo que seria absolutamente necessário para a
salvação. Dessa maneira, pode-se dizer que os "condenados" são
nalguma medida escolhidos por Deus, ou melhor, os
"não-escolhidos".
Os cristãos
entendem a Doutrina da Predestinação como a Salvação que Deus
planejou para os homens. A doutrina, na perspectiva de Deus, salva aqueles que
Ele já escolheu desde a Eternidade, pondendo até, segundo algumas correntes
teológicas, escolher toda a Humanidade. Os escolhidos não possuem a opção de
aceitarem ou não a Cristo, pois Deus há de incliná-los de alguma forma, seja
pelo amor ou pela dor.
A Predestinação também é
associada a outras teorias materialistas, espiritualistas, politeístas,
destino, carma, convicções filosóficas e outras religiões, numa perspectiva de
que se o futuro é imutável, então somente um grupo de eventos pode ocorrer.
Outros teorizam que qualquer evento é imprevisível e ocorrem por pura sorte ou pelo
acaso.
A Doutrina da Predestinação
está particularmente associada ao Calvinismo. A Predestinação
é um elemento que descende basicamente da Teologia de João Calvino. Dentro do espectro de crenças quanto à Predestinação, é
no Calvinismo que possui sua forma mais enfática entre os cristãos. Ensina que
a Predestinação de Deus é fruto de sua Onisciência, como Presciência, através
da qual, Ele rege de acordo com a Sua Vontade e Absoluta Soberania, em relação
às pessoas e acontecimentos. Numa forma insondável, por muitas vezes não
compreensível ao nosso entendimento, Deus age continuamente com liberdade total,
de forma a realizar a Sua Vontade de forma completa.
Por outras palavras, o Calvinismo baseia
a Doutrina da Predestinação na perspectiva de que Deus predestina previa e
absolutamente a Humanidade, escolhendo entre os homens aqueles que irão
salvar-se e aqueles que vão ser condenados. Esta doutrina tira ao Homem
qualquer possibilidade de rejeitar ou aceitar livremente a Graça Divina.
Tanto para o Calvinismo
quanto para o Catolicismo Romano defendido por Agostinho, não há Livre Arbítrio.
Para ambos, a soberania de Deus prevalece. Pelo conceito das duas correntes espiritualistas, o
cristão escolhido não pode rejeitar sua eleição, pois Deus há de curvá-lo até
que ele aceite a Sua Graça. Ou ele aceita ou aceita, não podendo haver a recusa
da salvação de Deus.
Diante desta
possibilidade, caberia ao homem apenas aguardar a Manifestação de Deus,
escolhendo-o dentre tantos humanos para herdar a Vida Eterna. O Livre Arbítrio
aqui jamais poderia ser levado em conta. É exatamente o contrário do que vem
sendo anunciado desde os primórdios do Cristianismo.
Há, no entanto, outras
correntes teológicas que questionam o conceito de Calvino e Agostinho sobre a
Predestinação, dando provas ao contrário e apontando o Livre Arbítrio que o
Homem tem para definir o seu futuro: Salvação ou Condenação. É
sabido que na condição de fiel a Deus, o Homem pode conquistar a Salvação, ao
passo que na incredulidade e na perversão ficaria ele sujeito à condenação, por
causa da Justiça Divina. A Vontade de Deus é que todos se arrependam e cheguem
ao pleno conhecimento da Verdade, mas existem seres humanos que não querem a
Graça Imerecida do Criador. Então, neste caso, o conceito da Doutrina da
Predestinação é preciso ser melhor reavaliado pelos defensores das Doutrinas
Cristãs.
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