sábado, 13 de abril de 2013

Artigo: Falta de Pudor - A/01316


Até quando a falta de pudor
persistirá em nosso País?


A “Folha de São Paulo”  entrevistou o paulista Eliezer Ranieri, 32, convertido ao islã, que decidiu se instalar com a família no santuário xiita de Qom, no interior do Irã, para garantir que sua filha de um ano e cinco meses tenha uma educação mulçumana. Segundo o jornal, Eliezer rejeita a liberdade sexual no Brasil e considera que a brasileira tornou-se uma “mulher objeto”.
Chamou-me a atenção o motivo maior para a sua mudança de país: os valores morais invertidos no Brasil. Ele afirma: “A criança na escola não respeita o professor e a violência está em todo lugar. (...) No Brasil, a pessoa vai para uma balada, fica com alguém, acaba no motel e na semana seguinte faz a mesma coisa com outro parceiro. (...) A brasileira sabe que, se ela não tiver um certo padrão de beleza, se sentirá inferior. Ela sabe que, se não mostrar o que tem, não conseguirá certas coisas. Por que ela usa decote? Para mostrar que tem peito grande. Para se exibir como um troféu a ser conquistado por quem conseguir. Não é isso que queremos para nossa filha”.

Não se pode negar o que ele diz sobre a falta de consideração na escola. Vi uma charge bem de acordo com a atualidade: o pai verifica o boletim do filho e diz: “Só nota baixa? No meu tempo isso era punido com uma surra”.  O filho responde: “Legal, pai! Vamos pegar o professor na saída amanhã”. Há pais que preferem ignorar situações para salvar o caráter dos filhos, a assumir que determinadas posturas são de risco. E quanto ao pudor, a religião Católica, da qual participo desde o ventre materno, também o apregoa com seriedade, para que o ser humano viva em plenitude a sua dignidade de criatura de Deus. No mundo contemporâneo, contudo, considera-se recato como do tempo dos dinossauros.  Muitas meninas, desde a puberdade procuram encurtar o short ou a saia e, caso não seja possível, compram um número menor, que chega a lhes tolher os movimentos. Em quem se espelham?  Nas mães? Na mídia? Nas amigas? E se não for nas mães, como elas permitem que as filhas saiam de casa com um mínimo de tecido e um máximo de carnes à mostra? A essas meninas não foi explicado que partes desnudas dão a impressão de que podem ser manuseadas por quem as observa.  Os meninos da mesma idade pensam mais em futebol do que nelas, mas outros, um pouco ou muito maiores, as rodeiam como moscas varejeiras. A próxima etapa será a da promiscuidade sexual. A essas adolescentes não foi explicado que o roçar da pele sem comprometimento não é amor. É apenas um ovo de varejeira depositado nela. Ascendem nos palcos da ilusão por um tempo, acariciadas pela fama que atrai plateia. Mas quando se projetam espelho e os olhos perderam o brilho pelo vazio do coração, buscam recursos, para acalmar a angústia profunda, inúmeras vezes no álcool, nas drogas, no consumismo...  A essas mulheres não se explica que o corpo é mais do que silhueta, é templo a ser respeitado.
É preciso insistir para que a “mulher troféu” dê lugar à cuidadora, de si e do próximo, que tece com decência laços de ternura.

 

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