Até quando a falta de pudor
persistirá em nosso País?
A “Folha de São Paulo” entrevistou o paulista Eliezer Ranieri, 32,
convertido ao islã, que decidiu se instalar com a família no santuário xiita de
Qom, no interior do Irã, para garantir que sua filha de um ano e cinco meses
tenha uma educação mulçumana. Segundo o jornal, Eliezer rejeita a liberdade
sexual no Brasil e considera que a brasileira tornou-se uma “mulher objeto”.
Chamou-me a atenção o motivo
maior para a sua mudança de país: os valores morais invertidos no Brasil. Ele
afirma: “A criança na escola não respeita o professor e a violência está em
todo lugar. (...) No Brasil, a pessoa vai para uma balada, fica com alguém,
acaba no motel e na semana seguinte faz a mesma coisa com outro parceiro. (...)
A brasileira sabe que, se ela não tiver um certo padrão de beleza, se sentirá
inferior. Ela sabe que, se não mostrar o que tem, não conseguirá certas coisas.
Por que ela usa decote? Para mostrar que tem peito grande. Para se exibir como
um troféu a ser conquistado por quem conseguir. Não é isso que queremos para
nossa filha”.
Não se pode negar o que ele
diz sobre a falta de consideração na escola. Vi uma charge bem de acordo com a
atualidade: o pai verifica o boletim do filho e diz: “Só nota baixa? No meu
tempo isso era punido com uma surra”. O filho responde: “Legal, pai!
Vamos pegar o professor na saída amanhã”. Há pais que preferem ignorar
situações para salvar o caráter dos filhos, a assumir que determinadas posturas
são de risco. E quanto ao pudor, a religião Católica, da qual participo desde o
ventre materno, também o apregoa com seriedade, para que o ser humano viva em
plenitude a sua dignidade de criatura de Deus. No mundo contemporâneo, contudo,
considera-se recato como do tempo dos dinossauros. Muitas meninas, desde
a puberdade procuram encurtar o short ou a saia e, caso não seja possível,
compram um número menor, que chega a lhes tolher os movimentos. Em quem se espelham?
Nas mães? Na mídia? Nas amigas? E se não for nas mães, como elas permitem que
as filhas saiam de casa com um mínimo de tecido e um máximo de carnes à mostra?
A essas meninas não foi explicado que partes desnudas dão a impressão de que
podem ser manuseadas por quem as observa. Os meninos da mesma idade
pensam mais em futebol do que nelas, mas outros, um pouco ou muito maiores, as
rodeiam como moscas varejeiras. A próxima etapa será a da promiscuidade sexual.
A essas adolescentes não foi explicado que o roçar da pele sem comprometimento
não é amor. É apenas um ovo de varejeira depositado nela. Ascendem nos palcos
da ilusão por um tempo, acariciadas pela fama que atrai plateia. Mas quando se
projetam espelho e os olhos perderam o brilho pelo vazio do coração, buscam
recursos, para acalmar a angústia profunda, inúmeras vezes no álcool, nas
drogas, no consumismo... A essas mulheres não se explica que o corpo é
mais do que silhueta, é templo a ser respeitado.
É preciso insistir para que a
“mulher troféu” dê lugar à cuidadora, de si e do próximo, que tece com decência
laços de ternura.
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