Um lema importante, em especial nos locais de trabalho, é
que nada é tão ruim que não possa piorar, nem nada é tão bom que não possa
melhorar. Ambas objetivam evitar a acomodação em qualquer condição. Deve-se
solucionar as situações ruins e aperfeiçoar sempre as positivas. Nas relações
interpessoais a interação deve ser a mais harmônica possível. Nessa mesma linha
nada escapa das observações e valorações humanas, que em alguns momentos e
sobre determinadas segmentos há exacerbação. Cantores populares são as vítimas
prediletas desse tipo de linchamento. No momento estão no olho do furacão
Michel Teló, com a música Ah se eu te pego!, Gustavo Lima, com Balada Boa e
João Lucas e Manuel com a música aprovada por Neymar, tchu tcha tcha. Assim
como a insolúvel questão sobrem quem nasceu primeiro, se a galinha ou o ovo,
não é relevante saber se eles gravam aquilo que a população gosta ou se gravam
o que vai cair no gosto do povo. De qualquer forma, a responsabilidade pelo
suposto mau gosto não é de quem oferece o produto.
Essa crítica está se tornando generalizada à rede mundial
de computadores, em especial às chamadas redes sociais. Há uma profusão de
críticas ao conteúdo simplório, às tolices e até às muitas grosserias e
pornografias contidas em algumas músicas ou ritmos. Mas como já dito
anteriormente sobre a rede, o problema não está na ferramenta, mas ao mau uso
dela. As redes sociais não passam de instrumento com inúmeros recursos de
utilização e principalmente de informação. Culpá-las pelos malefícios advindos de
má utilização é desviar de foco.
Ainda que toda tecnologia possibilite a má utilização,
cabe ao cidadão de bem fazer prevalecer os fatores positivos. São muitos e
incontestáveis os benefícios trazidos pelas redes sociais. Um é a comunicação
instantânea entre as pessoas distantes, o que diminui a saudade e gera
bem-estar. Outro seria o grande número de usuários devido à facilidade de
manuseio, o que termina por inserir pessoas à leitura, mesmo superficial, mas
que pode levar ao aprofundamento. E mais, a facilidade de circulação e de troca
imediata de informações, além de as redes sociais se constituírem numa poderosa
fonte de comunicação.
Entretanto, é indiscutível que poderia ser mais bem
utilizada. Por exemplo, as pessoas deveriam se preocupar em escrever um pouco
melhor, evitando erros gráficos de palavras simples, já que os mais complexos
de sintaxe são inevitáveis para quase todos. Um equívoco corriqueiro é
confundir o verbo na 3ª pessoa do plural no pretérito perfeito do modo
Indicativo (andaram, correram, comeram, falaram) com o futuro (andarão,
correrão, comerão e falarão). O fato de se destinarem a diálogos breves e a
todo instante não justifica a falta de um aprimoramento constante. Até por que
as escolas públicas e muitas particulares de ensino médio não capacitam seus
alunos o suficiente a fazerem essa distinção com clareza. Mas aí vale pedir
ajuda aos santos de busca como a São Google e Cadê bem como a outros. As
pessoas andam de espírito muito armado e qualquer sugestão para um
aprimoramento pode ser encarada como uma provocação.
Aqueles preocupados com a qualidade precisam
disponibilizar temas com melhores conteúdos; deveriam lutar para desfazer o
entendimento predominante de que as redes sociais têm por finalidade básica os
vitrais ingênuos, a futilidade, o erro bobo da Língua Portuguesa e até as
futricas e ofensas pessoais.
Também é evidente que existem riscos graves. São comuns
as ameaças entre pessoas divorciadas, chantagens com imagens e vídeos de
encontros amorosos anteriores; os namoros virtuais que resultam em grandes
desilusões. Deve-se ignorar o mundo de bobagens que circulam na rede, que se
fala no rádio, que se mostra na televisão aberta; como também - em menor grau -
nos filmes, no teatro, nos shows e em qualquer atividade de entretenimento.
Hoje, ninguém vive mais sem uma olhadinha diária no “face” e congêneres,
daí só resta lutar pela predominância do bem.
(Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário