segunda-feira, 11 de julho de 2011

Artigo: Pequenas Graças, Grandes Milagres - A/0970

A moderna mídia nos alcança em nosso dia a dia com ingredientes motivantes fundados em grandes tragédias e acidentes. Pelo vulto dos mesmos é que nos tornamos passivos a contemplar: vendo e ouvindo e nos inteirando dos comentários sobre hecatombes, desinteligências, desastres, homicídios, carnificina. Numa palavra - violência.

Há quem diga que as tragédias que lemos e ouvimos assemelham-se a escorpiões expostos em vidros ou cobras encerradas em redomas. Assustamo-nos com gosto. Arrepiamo-nos ante aquilo que ofende mas não pode nos atingir , pelo menos de forma concreta. Até nos comprazemos nessa repugnância e terror por sabê-los circunscritos a esses recipientes que os limitam a alcançar-nos.

Poucos se regalam com um texto que descreva uma tarde a se esconder sobre as folhagens de um terraço, ou sobre uma manhã a brotar dos olhos do sol, rútilo e fulgente, num espocar de vida nova. Isso a gente já viu. Essa descrição não nos é estranha. Veremos isso quando e onde quisermos.

Socorro nas Tempestades da Vida

É curioso como cada um de nós tem atravessado momentos terríveis, em uma ou outra fase da vida. É inegável que isto ocorra e, não obstante, acabamos por fazer a travessia de forma digna e exitosa. Vencemos enormes tormentas, superamos tantos desencontros, que até nos surpreendemos conosco mesmos pela sobrevivência a catástrofes de porte descomunal. E o que isto evidencia? A nossa fragilidade nos atira, à primeira idéia desses impasses maiores do que nós, aos braços eternos da Divina Providência.

Um Coração Agradecido

É a partir daí que, sem fazer uso de nossas minúsculas forças, valemo-nos da força infinita do Poder Espiritual que nos alcança no silêncio de uma prece, ou no grito de uma súplica. A situação se arrefece ante a nossa disposição de acender a fé dentro de nossas almas.

Daí porque mais nos devemos cuidar com mais zelo dos assaltos aparentemente inofensivos do quotidiano, do que propriamente nos precavermos dos males maiores. Já se comparou uma robusta árvore que resistiu seguidos anos de frequentes tempestades e vendavais, sempre de tronco ereto e ramos rijos, até que acabou por ser arriada ao solo pela ação de minúsculas mas tenazes formigas que se agasalharam em suas raízes.

Essa história pode ilustrar, pacificamente, não só a educação mental de cada pessoa, mas também adestrá-la em suas vivências espirituais. Uma boa política seria contrapor aos pequenos contratempos as pequenas graças de cada dia. Seria uma forma de alimentar o espírito para vigorosamente cultivar um coração alegre, um gênio feliz.

Seja talvez por essa razão — da importância em imunizar o espírito para as pequenas questões — que Joel S. Goldsmith, o maior místico do ocidente do século passado, sempre enfatizava em seu ministério sobre a graça de encontrar uma vaga no estacionamento ou um lugar no ônibus ou no trem. Aparentemente, são pequenas graças, mas nos assoalham o espírito para nos manter em sintonia com o Poder Supremo que em nós habita, a ser verdade as palavras do próprio Cristo.

(Geraldo Generoso)

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