domingo, 30 de março de 2008

A Arvore da Vida - P/083


A Árvore da Vida

Minha vida, meu destino, aquela árvore revela,
Sou semelhante a ela, desde o dia em que nasci.
Na glória dos poetas, a árvore está sempre presente,
Tem alma e também sente, pensando assim, cresci...

Vejo aquela árvore, que me traz boa e eterna saudade,
No peito, muita saudade: ela, brota da terra e cresce...
Ontem fui também pequeno arbusto, tão pequenino,
Com altivez, quando ainda menino, e ela reverdece.

Esta árvore é a minha própria vida, quando enflora...
Parece que também chora, ao pó vamos voltar.
Brotamos do solo, e no esforço da luta, prosseguimos,
Alguns ramos caindo, outros retorcidos, é o penar.

Eternas cicatrizes, feridas mortais, a alma rasgada
Homem e árvore seguem pela vida juntos, talvez...
Um sofre de sentimentos; outro, o tronco marca
Pela seiva que foge das raízes, os talhos que fez.

Lutando para viver, sofreu muito para subir...
A árvore parece humana, pelo destino que encerra.
Indiferente, ela se cobre de folhas e surgem botões...
Em flor e fruto como eu, vem do húmus da terra.

Como pingos de aurora, esta árvore vive como eu,
Seus galhos retorcidos pelo tempo, ânsia e dor..
A natureza que consola o coração de um poeta,
Pois o homem e a árvore carecem de muito amor.

08.02.2008 - Jairo de Lima Alves

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