Homem esquálido, sofrido, magro e caído..
assim vive o sedento brasileiro nordestino.
Um retirante das secas que chega no sul,
Cabisbaixo, que tem à frente um destino.
Trabalhador ele é, mas vive esquecido,
sem água e sem posses, sempre magoado;
convivendo com a fome, é grande a dor,
mas tem um voto e quer ser lembrado...
A mulher bem esquelética, sem expressão,
as Marias e Josefas, nomes bem conhecidos;
no desengano, lutam por um Brasil melhor,
em penitência, não querem ser esquecidos.
Homem calado, não grita e não chora,
tem nome comum o herói nordestino:
Raimundo, José, João, Antônio e Nonato;
Lula, Chico, Mané, e também Severino.
Tem o rosto marcado por tanto sofrimento,
pela vida deixa mulher e filhos no sertão;
sem eira nem beira, arrisca a sua sorte,
precisa voltar um dia para rever o torrão.
Fica lutando sozinho, sem ajuda nem guarida,
o retirante nordestino é um herói, meu senhor!
Noutras terras busca o sustento para a família,
retirante sofredor, com sua coragem e sua dor.
Sua mala é um saco, o cadeado é um nó...
seus pertences? Quase nada, só a incerteza!
Homem do Nordeste que luta com bravura...
retirante, que é gente e possui sua nobreza.
29.02.2008 - Jairo de Lima Alves
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