O Desterro - P/016
De repente, sem que tal coisa imaginasse,
sem perceber que a solidão se aproximasse,
me achava tão só, num lugar distante...
longe de minha terra querida, suspirava;
a saudade batia forte, dos amigos lembrava
e com lágrimas nos olhos, sofria bastante.
Em terra estranha, sou apenas um peregrino,
sei que um dia voltarei, cumpro meu destino,
tudo vale a pena na vida, vou prosseguir...
às vezes, preciso remar contra a maré,
vencer a batalha, demonstrando minha fé...
em paz, vou esperar um glorioso porvir.
Mas hoje estou neste desterro, e lamento,
tento me enganar, sem sentir o sofrimento.
A saudade machuca demais, eu confesso,
tenho pressa de voltar à Terra amada...
rever tudo que eu amo, a velha morada,
serei bem mais feliz após o meu regresso.
Vivendo desterrado, a vida não tem graça;
longe dos pais e amigos, a tristeza grassa...
(não tem mesmo sentido a vida desse jeito)
“Não posso viver nesse exílio, não posso...”
Meu Deus! Vou ver a família que eu gosto:
longe do desterro, acaba a angústia do peito.
(Jairo de Lima Alves)
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