sábado, 15 de março de 2008
A Solidão - P/019
O que é a solidão? – um grito selvagem,
que na infinita viagem, ecoa triste...
é tirana, que morando no peito, persiste
ela surge depois de qualquer bobagem.
A solidão fere com o sílex da maldição
e dança em aflição por via crucial...
vem o tédio no âmago, o grande mal
tornando mais escura a nossa habitação.
A solidão surge com seu olhar parado,
de repente, do nosso lado, e fulmina...
faz da vítima penitente, mas ensina
que é preciso amar para ser amado.
A solidão é o noivo deixado no altar,
ficando sozinho a chorar de tristeza...
só lamento se ouve, sem a certeza
que os convivas querem perguntar.
A solidão, é ainda como a prisão,
que sem explicação, quer punir...
ou um rosto no espelho, quer ouvir
a sentença que livra da condenação.
A solidão pune, sempre quando sós
os nossos passos cruzarão sua ponte...
e todos os poemas nascem dessa fonte.
Ela acompanha desde os nossos avós.
10.01.2008 - Jairo de Lima Alves
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