quinta-feira, 20 de março de 2008

Irmão Agostinho - P/049

Admoestando, vi-o com um livro na mão
A mensagem penetrante, de fervor...
Era um santo, um Vaso do Senhor!
Singeleza e humildade no coração.

Um fiel conselheiro, brilhando como a luz
Instruído na fé e nas escrituras...
Iluminava com amor as Criaturas
Firme nas pisadas do Mestre Jesus.

Irmão Agostinho que Deus tomou para Si
Exemplo vivo, perpetua na memória...
Plenitude santa, na Mansão de Glória
No glorioso Dia, canta e sorri.

Cessar as lágrimas, lamento nem é preciso.
numa miríade, ao céu subiu...
Jubiloso, a sua missão cumpriu,
Repousa em paz, no doce paraíso.

A lembrança, própria deste mundo
No porvir, pela fé, tudo se refaz...
O reencontro, e a alegria veraz,
No despertar do sono profundo

(Jairo de Lima Alves)

“O estado de graça é o sentimento de presença universal. Estar em graça é olhar o Universo daquele invisível centro de amor, que é o seio de Deus.Estar em graça é parar suspenso no meio do ruído a ouvir vozes das bandas do Silêncio. Estar em graça é ir devagar na Solidão a conversar com o invisível, a encher de humanas palavras amorosas todo o Espaço sem voz.Na Solidão e no Silêncio, ali onde a nossa atenção se volta no sentido do oculto, a Graça tece, de tenuíssimos e misteriosos fios, as ligações que prendem a multidão rumorosa, medita o verbo, que é o pão e o amor de todas as bocas.E a Graça, em excessivo além dos sentidos, é simplesmente a absoluta e infinita presença. Enche a Solidão e Silêncio, mas de presença inefável, universal contacto amoroso, onde as formas se diluem e a comoção interior é a fremente quietação dum beijo sem lábios.Tão para além dos sentidos, tão pura presença é a graça que todo o movimento se encerra, e a plena posse é, agora, o perfeito e absoluto contacto. É a serenidade em subtil e invisível corpo de amor, vagueando no Silêncio e na Solidão. De tudo o que para nós é a vida, resta a Presença, sem formas, nem limites… Tocada a Presença, logo a solidão se faz companhia! Essa presença é o Amor, e, por isso, o seu corpo subtil é de femininas formas, delicado e etéreo. A Graça nós a vemos, para além dos olhos, imponderável corpo de Mulher, vagueando na imensa Solidão do Espaço.
”Leonardo Coimbra, "A Alegria, a Dor e a Graça"

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