quinta-feira, 10 de abril de 2008

A Cigarrinha na Primavera - P/195


A Cigarrinha na Primavera

Um canto mavioso, longo e distante: é a cigarrinha,
Que na primavera aparece mais para cantar;
Faz despertar a saudade, apertando o coração
Às vezes no quintal, fica ela tão sozinha...
Cantando, cantando! E quanta coisa faz lembrar!
Momento de tristeza e de amarga solidão.

A cigarrinha pode estar apaixonada, e canta...
Nas horas mais tristes, ela é nossa companheira
Um inseto que coopera sempre com a ecologia...
De manhã ou à tardinha, o sertanejo encanta
Pequenina, que muito grita, fazendo sua zueira
Viver com ela é dadivoso e cura a nostalgia.

Na seiva de raízes, as ninfas cultivam a vida
O ciclo natural de nossa amada cigarrinha...
Emite o som que ensurdece, do seu jeito.
Não se cansa a cigarrinha, embora ferida...
O amante pode estar longe, e ali sozinha,
Canta, canta... E respira um ar perfeito...

A cigarrinha vive a cantar, em toda estação...
É na primavera que ela mais solta a sua voz
Pelas matas a dentro, começa a cantoria.
Ouvi-la é uma graça e traz recordação...
O clamor audível que chega até nós
Produz o tédio, mas também dá alegria.

01.12.2007 - Jairo de Lima Alves

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