segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Partida - P/220


A Partida

É muito amarga a lembrança da partida,
em desespero, o peito fica a soluçar...
fica impregnada a repentina espera,
que para alguém é apenas uma quimera:
a solidão é triste e pode fazer chorar.

É como se fosse uma grande escuridão,
um coração gelado e sem esperança...
na mesa, um porta-retrato no abandono,
a noite cai, num leito quase sem sono:
num mundo vazio, alguma lembrança.

Contudo, há uma esperança, com pesar
conturbado ainda, após aquela despedida.
É preciso pensar baixinho, sem murmurar,
conviver na ausência, o tédio dispersar...
desfazer toda a angústia de uma partida.

Oh, que falta de paz, a noite chegando...
quisera desfrutar do mais puro amor!
Se pudesse estar com ela novamente,
lhe ofertaria o que apraz, suavemente:
num largo sorriso de imenso fulgor.

14.04.2008 – Jairo de Lima Alves

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