O Quotidiano
Cenas todos dias, algumas incompreensíveis;
Contendas em toda parte podem ser vistas...
Muros desabam diante de intrigas visíveis,
Em desuso, encontram-se perdidas as pistas.
O tempo e o vento apontam o quotidiano:
a casa, o quarto, a sala e o nosso quintal;
a mobília antiga que é o nosso desengano;
os espelhos e seus reflexos, para um casal.
Alguns retratos escondidos nas gavetas
Despertam olhares com muita saudade.
Paredes caiadas, portas e algumas tarjetas,
Vozes e rezas do tempo da mocidade.
Tramelas e trincos, eternas lembranças
Cantigas de ninar, os passos acanhados...
Dos entes queridos, éramos crianças
Andando, brincando nos tempos passados
Rádio tocando, um monjolo na fazenda
Um choro antigo: a morte levando alguém;
na roça, o sorriso alegre de uma prenda...
o quotidiano que me faz chorar também.
12.12.2007 - Jairo de Lima Alves
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