terça-feira, 8 de abril de 2008

Ele Está Morto - P/180

Luiz Daniel Priscinato Júnior,
vítima de um acidente automobilístico,
deixa num papel algumas expressões poéticas,
organizadas neste poema.


Ele está morto

“Parem os relógios, cortem o telefone,
Impeçam o cão de latir, silenciem os pianos.
E como um toque de tambor, tragam o caixão.
”Venham os pranteadores,Voem em círculo os aviões...
Escrevendo no céu a mensagem:Ele está morto!

Ponham laços nos pescoços brancos das pombas,
Usem os policiais luvas pretas de algodão...
Ele era meu norte, meu sul, meu leste e oeste...
Minha semana de trabalho e meu domingo...
Meu meio-dia, minha meia-noite;
Minha conversa, minha canção...

Pensei que o amor fosse eterno... Enganei-me...
As estrelas são indesejadas agora!
Despersem-nas todas...
Embrulhem a lua, e desmantelem ao sol...
Despersem o oceano e varram o bosque,
Pois nada agora pode servir...

28.12.1994 - Jairo de Lima Alves

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